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Abordagem mais holística para o desenvolvimento de habilidades

A seção RH Digital tem ouvido semanalmente executivos de Recursos Humanos e gestores de pessoas sobre o tema da Transformação Digital. A entrevistada desta semana é Luciana Camargo, vice-presidente de Recursos Humanos na América Latina da IBM. Confira:

GESTÃO DE PESSOASComo a Transformação Digital tem mudado o RH de sua empresa?
LUCIANA CAMARGO – A Transformação Digital implica a revisão de modelos de negócio, na adoção de plataformas para expandir conhecimento e competir em novos mercados, mas uma das maiores barreiras ao progresso está na transformação das pessoas e da cultura organizacional. Nesse cenário, o RH torna-se fundamental. Na IBM, a área de RH tem evoluído em quatro principais aspectos. O primeiro está relacionado à cultura. Buscamos colocar o funcionário no centro, para que tenha a melhor experiência em todas as soluções de RH. Esse movimento é acompanhado por mais autonomia e responsabilidade com o desenvolvimento de suas próprias carreiras e seus skills, e em seu tempo. Assim, desenvolvemos novas mentalidades e habilidades diferentes para tirar proveito das novas capacidades de negócios. Temos também abraçado novas formas de trabalhar buscando viver os valores de uma cultura Agile, usado design thinking e práticas e ferramentas colaborativas. Segundo, aprendizagem contínua. Há cinco anos, três a cada 10 funcionários tinham os skills apontados como as características do futuro; hoje oito a cada 10 têm esses skills. É fundamental conscientizar todos sobre a importância de aprender continuamente e ter abertura para as mudanças. Na IBM, isso não é missão apenas de RH, mas de todos. Terceiro, diversidade e inclusão. Uma cultura inclusiva, livre de preconceito e assédio, que abraça o pensamento diverso e na qual as pessoas acreditam e se sentem parte, é também uma das nossas prioridades. Por último, adoção da ciência dos dados e da tecnologia. Usamos people analytics e soluções cognitivas de RH. Acreditamos que o uso do dado para uma gestão mais científica de RH, associado às tecnologias de nuvem e inteligência artificial, entre outras, pode ajudar na tomada de decisão, aumentando a inclusão e reduzindo o viés, além de proporcionar a personalização com um foco genuíno na experiência do funcionário. As novas tecnologias e a arquitetura corporativa melhoram as experiências dos clientes e dos funcionários, fornecem insights para gerar criatividade e engajam.

GP – Na sua opinião, o que pode ser feito para preparar os trabalhadores para os impactos dessa Transformação Digital nos seus empregos e carreiras, evitando ampliar os índices de desemprego do país?
LC – Acreditamos que as empresas não conseguirão resolver os desafios de recapacitação apenas com treinamento formal e com mais contratações, mas, sim, com uma abordagem mais holística para o desenvolvimento de habilidades, de forma mais personalizada, ajudando cada pessoa a buscar novas formas de aprendizagem e a desenvolver habilidades individuais e técnicas. A tecnologia pode ajudar muito nesse sentido. Um estudo recente, feito pelo IBV chamado Enterprise Guide to Closing the Skills Gap, mostra que empresas que estão em Transformação Digital precisam adotar uma mudança fundamental, que significa o foco nas pessoas e suas qualificações. Somente 41% dos CEOs afirmam ter as qualificações dentro de suas empresas em termos de skills e recursos para executar a estratégia de negócios. Esse é um trabalho conjunto entre empresas privadas, governos e instituições de ensino. Na IBM, por exemplo, temos um programa chamado P-TECH, que já está em andamento no Brasil e em outros seis países da América Latina, promovendo o desenvolvimento de competências profissionais vinculadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática e preparando os alunos para a economia digital. Também promovemos este ano a Maratona Behind the Code, uma competição de programação que ajudou 27 mil desenvolvedores brasileiros a ampliar seus skills nas mais novas tecnologias de mercado; e lançamos o IBM Skills Academy, que treinará universidades selecionadas em uma variedade de especialidades – desde humanística até as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) –, e as universidades, por sua vez, instruirão os alunos.

Fonte: O Estado de São Paulo, 17 de Novembro de 2019.

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