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Maior representatividade feminina

“A bandeira da representatividade feminina precisa ser fincada dentro das empresas.” Esse pensamento do presidente da ABRH-SP Theunis Marinho deu o tom à primeira edição do CONALIFE – Congresso Nacional de Liderança Feminina, evento promovido pela Associação em parceria com a ONU Mulheres, no último dia 23, na capital paulista, com o mote “Um Caminho sem Volta”.

Mais de 600 congressistas participaram do congresso. Ao longo do dia, foram realizados três painéis (Conhecimento, Atitude e Inspiração) com a presença de conferencistas e moderadores altamente credenciados.

Realizado no início da manhã, o Painel Conhecimento, que discutiu a diversidade de gêneros como uma questão de negócios, teve como conferencistas Fernando Modé, vice-presidente corporativo do Grupo Boticário; Lígia Pinto Sica coordenadora do Grupo de Pesquisas em Direito e Gênero da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas; Marienne Coutinho, sócia responsável por International Tax da KPMG; Paulo Nigro, presidente do laboratório farmacêutico Aché; e Tania Cosentino, presidente da Schneider Electric para América do Sul. Vice-presidente da ABRH-SP, Lilian Guimarães ficou encarregada da moderação.

A partir do case inspirador de empreendedorismo e empoderamento feminino do Grupo Boticário, apresentado por Fernando Modé, os conferencistas discutiram o quanto a maior presença das mulheres nos ambientes de poder aumenta a chance de crescimento sustentável das empresas. “A companhia ‘performa’ melhor quando há equilíbrio”, refletiu Marienne Coutinho.

Ao lembrar que, na Aché, 48% dos colaboradores são mulheres e, desse percentual, 32% ocupam cargos de gestão, Paulo Nigro disse o quanto a companhia é impactada pela competência e energia dessas mulheres, que possuem um propósito de inovação, honestidade, foco e cuidado muito claros.

Apesar da certeza do quanto a equidade de gênero impacta positivamente nos negócios e no desenvolvimento econômico dos países, os números da representação feminina nos ambientes de poder apresentados foram desanimadores. “Olhando para os últimos 18 anos, houve, sim, um ligeiro avanço nas diretorias executivas das empresas, mas que não chega aos dois dígitos. Nos Conselhos de Administração, porém, não tivemos esse avanço. Pelo contrário, os números vêm descendo nas companhias”, informou a professora Lígia Sica.

“Se alcançarmos a equidade de gênero no comando das companhias com o mesmo nível salarial, vamos inserir na economia mundial um Estados Unidos e uma China. Esse deveria ser um argumento suficiente para a mudança”, disse Tânia Cosentino.

 

Atitude

Realizado na sequência, o Painel Atitude foi aberto com um bate-papo entre a jornalista Maria Júlia Coutinho, a “Maju” do Jornal Nacional, e a moderadora, Sofia Esteves, fundadora do Grupo DMRH e da Cia de Talentos. Exemplo de inspiração para muita gente, “Maju” contou como enfrentou o preconceito e os ataques racistas nas redes sociais e falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no trabalho. Para ela, o maior problema é a desigualdade salarial, pois as mulheres ainda não ganham o mesmo que os homens.

Para falar da questão salarial e das melhores práticas de seleção e retenção de mulheres, bem como as questões de sucessão e carreira, o painel continuou com o debate entre Rosilane Purceti, diretora de RH do Grupo Sanofi Brasil, Lia Azevedo, vice-presidente de Desenvolvimento Humano e Organizacional do Grupo Boticário, e Laura Pires, diretora de Sustentabilidade e do Instituto GPA do Grupo Pão de Açúcar (GPA).

Página: O Estado de São Paulo – 03 de julho de 2016

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