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Pensar fora da caixa ajuda a superar a crise

Visão de longo prazo e reflexão menos óbvia sobre as decisões a serem tomadas ajudam as empresas a passar pela crise

 

Na contramão do que muitas empresas têm feito em razão da crise pela qual passa o país, a Leroy Merlin não recuou nos investimentos programados para este ano. Das cinco lojas planejadas para serem abertas em 2015, uma já foi inaugurada e outras quatro levantarão suas portas mesmo que os indicadores da economia fiquem ainda mais adversos. A resposta para tanto otimismo? Nada mágico. Apenas a visão de longo prazo, em vez de olhar a situação e tomar decisões sobre o curto prazo e o agora.

 

“Não faz sentido puxar o freio de mão nesse momento, porque há toda uma engrenagem implicada no processo”, explica Cynthia Serotti, diretora de Recursos Humanos da Leroy Merlin Brasil. “Verbalizamos aqui dentro que não vamos entrar na crise. Isso tem um efeito muito grande e cria um círculo bastante positivo. É claro que temos lições de casa a realizar que melhoram nossa eficiência coletiva e otimizam processos e custos. A proposta, portanto, é trabalhar, em vez de ficar falando em cortar isso, cortar aquilo.”

 

 

Um exemplo é buscar a sinergia entre áreas. “Quando o RH trabalha com o Marketing, é possível encontrar alternativas para fazer uma pesquisa de clima com orçamento menor sem comprometer a qualidade”, sugere Cynthia. Outro é revisitar processos. “Como temos muitas pessoas entrando na empresa em razão das novas unidades de negócios, para não aumentar os custos com treinamento, temos valorizado os colaboradores mais experientes tornando-os multiplicadores, que ajudam a transferir conhecimento para os mais jovens. Sempre em uma situação mais difícil, temos a oportunidade de ser criativos e descobrir nas pessoas o lado empreendedor, porque nenhum colaborador quer ver seu projeto parado.”

 

 

Mesmo quando a empresa não tem essa visão de longo prazo ou pertence a setores seriamente impactados pela crise, o RH tem o papel de ajudar a organização a refletir sobre as decisões que vão ser tomadas, avalia Cynthia. Para ela, é o momento de fazer as boas perguntas, porque o RH pode enxergar a situação de uma altura um pouco diferente dos demais e sabe que tudo o que for feito na organização vai impactar os colaboradores. É a hora de fazer perguntas como: “Essa é a única alternativa?”, “As outras pessoas envolvidas nesse processo já foram ouvidas para termos uma avaliação mais ampliada?”, “É possível adiar essa decisão que tem um impacto grande e imediato e tomar medidas mais graduais?”

 

Também é importante, para a executiva, sempre convidar as pessoas para tomarem parte da decisão. “Às vezes, a saída é difícil, mas quando os colaboradores estão participando eles entendem a dificuldade do momento.” Em resumo, o RH pode ajudar a organização a refletir com um pouco mais de profundidade, saindo daquela primeira camada do que é mais óbvio.

 

Papel das entidades

 

Cynthia também acha que entidades, como a ABRH e os grupos informais de Recursos Humanos, têm um papel fundamental nesses momentos de crise, pois fortalecem a comunidade de RH. “A função das entidades é congregar os profissionais para que se sintam fortalecidos, aprendam a compartilhar as dificuldades e, ao fazerem isso, melhorem a capacidade de tomar as decisões. Na hora em que você participa, contribui e compartilha problemas e boas práticas, você volta transformado para a sua organização. A ABRH e os grupos têm esse papel de colocar luz sobre alguns temas que são críticos e, ao mesmo tempo, nos fortalecer e melhorar nossas competências.”

 

Fonte: Jornal Estadão – 30/08/2015

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