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A CONFIANÇA ESTÁ DE VOLTA?

O economista Maílson da Nóbrega é taxativo: “Não podemos desistir do Brasil”. Para ele, o impeachment é um evento traumático, mas é muito bom para a economia.

 

Em palestra no CONARH –  Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, o ex-ministro afirma que o fundo do poço está chegando. Segundo ele, há vários sinais: “A economia cresce há quatro meses seguidos, a confiança do consumidor e das empresas está se recuperando. O país está ‘despiorando’. E, provavelmente, vai entrar em 2017 com pequeno crescimento. O setor externo é que puxa isso, fruto da desvalorização cambial e das importações”. 

Sobre o desemprego, Maílson prevê que o número elevado, mais de 11 milhões de profissionais sem trabalho, vai continuar, porque “o desemprego é o último indicador a melhorar numa saída de recessão. E vocês sabem por que: os empresários não contratam mais pessoas enquanto não tiverem a convicção de que o processo de recuperação é seguro. É permanente e permite arriscar, até porque no Brasil é muito caro contratar e muito caro demitir”.

O economista cita fatores que o levam a estar confiante na retomada: “Primeiramente, o Brasil está livre de dois grandes riscos: não tem risco de crise cambial, nem de crise bancária. E o Brasil tem entre suas conquistas instituições sólidas e uma base industrial complexa e diversificada. No agronegócio, deixamos de ser o país do Jeca Tatu e agora somos vistos como país do agronegócio competitivo. Nos últimos cinquenta anos foi o setor que mais cresceu, A produção quintuplicou. Não tem nada parecido no país no campo da produtividade”.

Ainda entre os destaques: “O Brasil tem um sistema financeiro sofisticado. Tem nível de capital acima das exigências. Em termos de tecnologia, é tão avançado ou mais até de que países desenvolvidos. Já fomos a sexta economia mundial, devemos terminar este ano como nona. Ser uma das dez economias mundiais não é pouco”.

E o país, explica o economista, criou alarmes de incêndio. Ou seja, um conjunto de mecanismos que evita retrocesso no campo da política e economia. “O Brasil tem uma democracia consolidada. Com todos os problemas que a gente tem: sistema partidário fragmentado, muita corrupção, ausência de líderes, o toma lá dá cá, mas como valor da sociedade está consolidada. O Brasil passa em dois testes nesse campo. Segundo o pensador Samuel Huntington da Universidade de Harvard, uma democracia pode ser considerada consolidada quando for capaz de realizar duas eleições gerais consecutivas, sem contestação no seu resultado ou fraude. Já realizamos sete.”

Maílson levantou também os desafios: “É construir novos e constantes aperfeiçoamentos. Não está tudo resolvido. O grande desafio do Brasil está na produtividade. País cresce com a conjugação de três elementos: investimento (em máquina, equipamento, software), mão de obra e a produtividade. É a forma como se combinam tecnologia com educação. Como diz um pensador americano, a produtividade não é tudo, mas é quase tudo. Oitenta por cento do crescimento da economia americana no pós-guerra é produtividade. Para isso temos que preparar nossos recursos humanos com educação de qualidade”.

Fonte: Folha de Alphaville – 26 de agosto de 2016

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