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Conhecimento faz toda diferença

Gerente regional da ABRH-SP diz que os profissionais estão cada vez mais preocupados com sua formação desde o início da carreira e não param de aprender

O mercado de cursos de especialização, mestrado e doutorado tem aumentando oferta e a procura na opinião da gerente relacionamento com as regionais, Roberta Nunes Barbosa, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), sediada em Campinas. “Isso é um excelente sinal”, diz. Na visão dela o mercado de trabalho da Região Metropolitana de Campinas (RMC) cresceu quantitativamente e qualitativamente.

Roberta acredita que uma especialização significa qualificação e pode ser muito importante para empregabilidade do profissional, mas frisa: “não é garantia de emprego”. De acordo com ela, “a qualificação tem que estar diretamente relacionada aos resultados que o indivíduo que a possui vai imprimir para o negócio da empresa, ela não significa aumento imediato”, pondera.

A gerente regional da ABRH-SP ressalta que os valores de cada profissional devem estar alinhados aos da empresa, seus planos de desenvolvimento pessoal e de carreira devem estar em sintonia com a estratégia do negócio e suas competências devem ser fatores de sustentabilidade dessa organização.

Nesta entrevista, Roberta aborda questões relacionadas à especialização e seus reflexos no mercado de trabalho.

Agência Anhanguera – Como está o mercado regional do ponto de vista da qualificação dos profissionais. Houve alguma melhora nos últimos anos, ou seja, os profissionais estão buscando mais qualificação por meio de cursos de especialização, mestrado ou doutorado ainda que já estejam empregados mas com medo de perder o emprego para um mais preparado?

Roberta Nunes Barbosa – O Mercado regional cresceu muito qualitativamente e quantitativamente. Os profissionais estão cada vez mais antenados, preocupados com sua formação desde o início da carreira e não param, pois entendem que o conhecimento e a especialização podem ser a diferença para ele no mercado de trabalho e nas ações dentro das organizações onde trabalham. O mercado de cursos de especialização, mestrado e doutorado tem aumentado a oferta e a procura e isso é um excelente sinal. O medo de perder o emprego, pode até existir, mas existe também o interesse em se desenvolver e em se diferenciar no mercado. Fatores motivadores podem ser: o interesse em crescer na carreira, o querer aprender e se desenvolver e a busca por trabalhos e desafios excitantes que possam trazer benefícios justos.

Em quais setores do mercado de trabalho essa necessidade de qualificação ocorre mais?

Os setores que demandam tecnologia como indústrias eletrônica, farmacêutica, alimento e automobilística são bem fortes na demanda por profissionais qualificados, mas na realidade todos os setores necessitam de pessoas bem preparadas, não só como especialistas, mas principalmente como gestores de pessoas e liderança, pois todas elas têm pessoas para liderar. Dessa forma especializações e MBAs que oferecem em seu escopo capacitação para competências como liderança de times, capacidade de catalisar mudanças, visão estratégica, gestão de pessoas e tomada de decisões também são muito procurados, importantes e necessários em qualquer setor.

O que representa uma especialização na empregabilidade do profissional? Ela é reconhecida no mundo corporativo de imediato ou leva um tempo para que esse maior preparo se transforme em benefícios para o profissional tanto monetários como na hierarquia da empresa?

Especialização significa qualificação e pode ser muito importante para empregabilidade do profissional, mas não é garantia de emprego. Ela tem o que estar diretamente relacionada aos resultados que o indivíduo que a possui vai imprimir para o negócio da empresa, ela não significa aumento imediato. De nada adianta uma especialização em estética, se ele trabalha na indústria automobilística e, mesmo que tenha relação com o negócio, cada empresa tem seu plano de carreira e sua realidade. Para que uma especialização se transforme em benefícios monetários e/ou hierárquicos para um profissional ela precisa estar alinhada com o momento da empresa e seus objetivos. O ideal é ela fazer parte do Plano de Desenvolvimento Individual – PDI, que muitas empresas fazem com seus empregados para auxiliar no desenvolvimento da pessoa aliado a necessidade e estratégias organizacionais.

Existe o profissional certo para o lugar certo ou isso é mito? Como deve agir aquele profissional que se dá conta de que escolheu a profissão errada somente quando tem seu primeiro contato com a prática daquilo que aprendeu? Deve mudar imediatamente ou tentar se adaptar?

As empresas necessitam de pessoas e acredito que elas são realmente o diferencial competitivo de qualquer negócio. O mercado exige que as empresas sejam competitivas, e se uma empresa, por exemplo, necessita ser resiliente para ser ousada e muito veloz para ser competitiva, consequentemente, a demanda dessa empresa será por pessoas que possam imprimir essas características nos seus processos. Sendo assim, quando mais perto estiver aquele profissional detentor de conjunto de competências, habilidade e atitudes de acordo com o que a empresa necessita esse é o profissional certo no lugar certo. Os valores de cada profissional devem estar alinhados aos valores da empresa, seus planos de desenvolvimento pessoal e de carreira devem estar de acordo com a estratégia do negócio e suas competências devem ser fatores de sustentabilidade dessa organização. O profissional insatisfeito com sua carreira, em qualquer momento que seja, deve avaliar se o problema é da profissão que ele escolheu ou da empresa que ele está trabalhando. O trabalho e a carreira de um indivíduo devem estar de acordo com o que ele faz se sentir bem, pois só assim ele vai querer fazer o seu melhor, procurar-se desenvolver e consequentemente ter sucesso e ser reconhecido. Mudar de emprego é uma alternativa, tentar se adaptar é mais uma entre tantas que podem acontecer, mas só quem poderá escolher o que fazer é o próprio profissional. Essa questão é a muito séria e vai demandar muito autoconhecimento pois cada caso é um caso. Uma excelente opção seria a ajuda profissional de um coach de carreira para ajudá-lo a clarificar essa situação e identificar alternativas.

Planejar a carreira é importante? Deve ser feito logo de início ou em quanto tempo após o profissional ingressar no mercado de trabalho?

É muito importante e como falei anteriormente, o trabalho e a carreira de um indivíduo devem estar de acordo com o que faz ele se sentir bem. Dessa forma, quanto antes ele começar a planejá-la, melhor. No entanto, tomar decisões no início da carreira, significa decidir muito cedo (por volta dos 17 anos), uma decisão influenciada pelos pais, professores, amigos. Muitas vezes, essa trajetória que foi traçada não leva à satisfação profissional, pois não teve autoconhecimento nem maturidade suficiente. Além disso, quando começamos a trabalhar, no dia a dia, vamos amadurecendo e identificamos o que nos motiva, o que nos faz sentir desafiados e conhecemos pontos positivos e negativos da profissão escolhida e de nós mesmo. Outras vezes a pessoa é forçada a repensar sua trajetória por conta de uma questão de saúde, mudança de domicílio, desemprego, aposentadoria, enfim, é uma situação muito pessoal e a medida é muito relativa do que pode ser sua satisfação e/ou sua necessidade. O certo é que sempre é possível a mudança principalmente, se você não se sente feliz com o que faz, e a melhor forma de fazer essa mudança é se planejando.

 

FONTE: CORREIO POPULAR

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