Amizade no trabalho engaja sete vezes mais os profissionais nas empresas

No dia 20 de julho de 1969, inspirado pela chegada do homem a Lua, o professor de psicologia e filósofo argentino Enrique Ernesto Febbraro iniciou uma campanha para criar o Dia do Amigo. Em entrevista ao jornal La Nación, Febbraro associava a conquista espacial ao desejo de uma amizade que transcendesse fronteiras para unir os povos. Recentemente, ao investigar a importância da amizade no ambiente corporativo, um estudo da Gallup revelou um dado surpreendente: profissionais que contam com amigos no trabalho têm um engajamento sete vezes maior com a cultura organizacional.

A pesquisa da Gallup chamou a atenção no SXSW (South by Southwest), um dos maiores eventos de inovação, tecnologia e cultura do mundo. Na ocasião, Kasley Killam, especialista em conexões humanas e autora do livro The Art and the Science of Connection, valeu-se de informações sobre amizade e apresentou o conceito de “saúde social”.

“A definição de Kasley Killam para ‘saúde social’ é a capacidade humana de construir e manter vínculos significativos que promovem pertencimento, inclusão e coesão”, destaca Carolina Ignarra, CEO e fundadora da Talento Incluir.

Na visão de Carolina, ter amigos no trabalho não é apenas desejável, mas estratégico. De acordo com estudo realizado pela organização global KPMG, que ouviu mil profissionais para entender suas perspectivas de relacionamento no trabalho, indica que a amizade proporciona bem-estar, contribui para a melhoria da saúde e também influencia na satisfação profissional.

Como experiência pessoal, a executiva destaca que na Talento Incluir é sócia da melhor amiga de infância. “Nos conhecemos aos 12 anos de idade. Ter uma pessoa como ela, conhecendo sua família, os valores que partilhamos, faz toda diferença para os resultados de nossa empresa”, afirma.

Segundo Carolina, ingressar em uma organização e ter amigos como parceiros de trabalho é benéfico tanto para os profissionais quanto para a empresa. “Nesta situação, transcendemos o tempo de conquista de confiança e passamos a trabalhar muito melhor com quem mantemos um vínculo de amizade”, observa.

Na situação inversa, em que não há relações de amizade, Kasley Killam revela em seu livro que 62% dos empregados se sentem muito sozinhos no dia a dia corporativo e 33% passam em média duas semanas sem falar com uma pessoa querida.

No cenário atual brasileiro, com número recorde em afastamentos, segundo o Ministério da Previdência Social, com 472 mil licenças médicas por problemas de saúde mental em 2024, Carol Ignarra lembra que, em nome do bem-estar do trabalhador, o Dia do Amigo, celebrado no próximo dia 20, é uma data importante para refletir sobre as transformações que se fazem urgentes no ambiente corporativo.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ABRH-SP (11, julho de 2025)