O último Censo Escolar, principal pesquisa estatística da educação básica coordenada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), com a colaboração de secretarias estaduais e municipais de educação, escolas públicas e privadas do País, revela que a proporção de estudantes do ensino médio matriculados em programas vocacionais da educação profissional e tecnológica passou de 15% para 17,2% entre 2023 e 2024. Presidente da ABRH-SP, Eliane Aere avalia como positivo o interesse dos jovens em combinar disciplinas de base comuns do ensino médio e formação na área técnica. “O ensino técnico é um impulso para o primeiro emprego e pode ser decisivo para a escolha futura de um curso universitário”, observa.
No Estado de São Paulo, as inscrições para as provas em Escolas Técnicas Estaduais (ETECs) aumentaram 78% entre 2021 e 2025. A procura estimulou o governo de São Paulo a expandir a oferta de vagas para cursos profissionalizantes no próximo ano. Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em 2026 a perspectiva é ultrapassar a marca de 321 mil estudantes matriculados no ensino médio técnico.
De acordo com o Censo Escolar, o eixo tecnológico Gestão e Negócios prevalece na rede pública, com mais de 322 mil matrículas. Na rede privada, o eixo Ambiente e Saúde se destaca com mais de 106 mil matriculados.
Para muitos jovens, o ensino médio técnico tem sido uma porta de entrada para o mercado de trabalho, cada vez mais exigentes quanto à qualificação profissional. Levantamento do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Sesi (Serviço Social da Indústria) revela que 45% dos empregadores consideram que os cursos profissionalizantes preparam melhor para o mercado ao oferecer abordagens mais práticas e direcionadas.
De acordo com a presidente da ABRH-SP, uma pessoa com formação técnica tem hoje uma renda 20% maior em relação aos demais profissionais. No entanto, avalia que na decisão por um curso técnico, o jovem, necessariamente, precisa analisar suas aptidões, o que se propõe a aprender na prática e também a formação que vai proporcionar o início de uma carreira.
Cursar o ensino médio técnico, segundo Eliane Aere, não significa deixar de fazer uma universidade. “A formação não descarta o sonho de ingressar em uma faculdade que possa ser complementar ao curso técnico. O conhecimento aprimorado e o aprendizado contínuo, aliás, contribuem em grande medida para o desenvolvimento profissional”, conclui.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ABRH-SP (01, dezembro de 2025)