Não estou defendendo a Ditadura da Felicidade, mas não se pode negar que uma empresa onde o bom humor é incentivado é bem diferente daquela onde é banido.
Sabemos que pouco vale o sorriso sem resultados! Temos de ser competentes e neste mundo competitivo, qualquer habilidade adicional é importante, como o bom senso de humor considerado “uma competência eterna e fundamental” pelo headhunter e Prof. Luiz Carlos Cabrera da EAESP-FGV.1
E nós do mundo dos negócios temos uma grande vantagem: ninguém espera que sejamos bem-humorados! E de fato o nosso objetivo enquanto gestores não é fazer papel de comediante ou piadista, mas apenas de estimular que o bom humor prevaleça em nosso ambiente corporativo e relacionamentos profissionais.
Dificilmente um profissional consegue ser criativo e produtivo em um ambiente mal-humorado e tóxico. O clima fica tão nocivo que ele pode apresentar doenças físicas ou emocionais como: depressão, ansiedade, estresse, gastrite nervosa, etc. Há quem chegue a pedir demissão! Portanto, o humor ou a falta dele, pode ser decisivo para sua carreira.
Nas centenas de palestras e treinamentos que tenho ministrado desde 2000, pude perceber a importância que as empresas vêm dando à esta soft skill, pois melhora o clima interno, ameniza conflitos, agrega pessoas, reduz despesas médicas e absenteísmo, ajuda a reter, integrar e motivar os colaboradores e melhora sua imagem perante os players.
Podemos inserir atividades descontraídas que visem o bem estar nos eventos de premiação, congressos e convenções, almoços, integração de novos colaboradores, lançamentos de produtos, ações promocionais e de endomarketing ou no início e fim de treinamentos e brainstorming.
Mas devemos ter cuidado com determinadas brincadeiras, pois podem ser bem-intencionadas, mas se mal aplicadas, tornam-se perniciosas, podendo expor a empresa às ações judiciais de assédio moral, que vem crescendo ano a ano na Justiça Trabalhista.
Muitos me questionam: se o bom humor é tão importante, por que é usado com pouca frequência pela liderança? Por que happy hour é após o expediente? Por que a felicidade e bem estar são recompensas à qual teremos direito apenas depois de trabalharmos duro? Devemos perceber a falha nesses preconceitos e combatê-los!
Como foram os líderes do passado que criaram esse preconceito contra a Felicidade e Bem Estar no trabalho; agora serão necessários novos líderes, como vocês leitores, para quebrar esse tabu e substituí-lo por uma nova atitude positiva. O Bom Humor e a Felicidade são traços tão essenciais no perfil do líder que deveriam ser matéria obrigatória nos cursos de formação.
E como deu certo o movimento de humanização do ambiente hospitalar, lutarei para que consigamos humanizar nosso ambiente corporativo, tornando-o um lugar melhor para convivermos. Esta é a minha missão de vida!
“Há homens que riem um dia e são bons; há homens que riem muitos dias e são melhores; há os que riem anos e são excelentes; mas há os que riem toda a vida, e estes são imprescindíveis” (Marcelo Pinto, parafraseando Bertold Brecht ao substituir a palavra “luta” por “riso”)
Marcelo Pinto – conhecido como o Palestrante do Bom Humor e filantropicamente como Doutor Risadinha. É autor dos livros “Sorria, você está sendo curado”, “O Método S.M.I.L.E. para Gestão do Humor no Ambiente de Trabalho – Um guia prático para humanização corporativa” e “WOW – Surpreenda Positivamente”. Advogado Trabalhista, Consultor de RH, Negociador Sindical, Mediador Empresarial e proprietário da MP Assessoria. Atua como “Fun”cilitador em Treinamentos para inserção da alegria e descontração no ambiente organizacional, inclusive online na Hotmart (Curso de Marcelo Pinto). Diretor Presidente da ABRARISO – Associação Brasileira dos Profissionais do Yoga do Riso e da Risoterapia. Embaixador, Professor e Master Trainer do Yoga do Riso pela Laughter Yoga University (Índia). Site: www.palestrantedobomhumor.com.br e Instagram: doutorrisadinhaoficial .
1 Prof. Luiz Carlos Cabrera da EAESP-FGV no artigo: HUMOR, Competência Eterna, publicado na Rev. Você S/A em março/2013
Artigo escrito por Marcelo Pinto, participante do Grupo de Estudos “Saúde, Bem-estar e Felicidade nas Organizações” da ABRH-SP.
(São Paulo, 15 de Janeiro de 2024)