Os processos de fusões e aquisições envolvem dinâmicas corporativas complexas, e exigem mais do que a expertise técnica. O sucesso dessas operações depende das habilidades dos profissionais envolvidos para navegar em um ambiente de incerteza e mudanças, considerando as culturas das empresas envolvidas. Neste artigo, exploraremos as habilidades comportamentais essenciais para os profissionais que atuam em processos de M&A.
Os Processos de M&A envolvem a união de diferentes culturas corporativas, sistemas e pessoas, por isso, habilidades comportamentais desempenham um papel fundamental na integração de culturas, no estabelecimento e manutenção dos processos de comunicação, gerenciamento de conflitos, negociação, e claro, atitudes de Liderança que permeiam todos os profissionais.
Essas habilidades podem ser desenvolvidas por meio de programas de Treinamento e Desenvolvimento, coaching e mentoring, experiência prática aplicada e feedbacks constantes para direcionamento do processo, ou seja, habilidades técnicas isoladamente não são suficientes para lidar com as adversidades do mercado atual. Inclusive, com as tecnologias que estão surgindo atualmente, sabemos que muitas atividades manuais, repetitivas e padronizadas possivelmente passarão a ser feitas de forma automatizada.
Nesse contexto, ao pensarmos nas habilidades do futuro (que inclusive, já estão começando a ser demandadas de muitas formas), chegamos novamente às Soft Skills que, de fato, são o grande diferencial para qualquer trabalho.
O contexto de fusão ou aquisição envolve certa complexidade, além de um alto nível de insegurança entre as pessoas e, muitas vezes, maior competitividade. Como lidar com isso? Vamos falar sobre essas habilidades a seguir:
Resiliência e Inteligência Emocional: Em processos de M&A os imprevistos fazem parte da dinâmica e serão determinantes para a continuidade, o “como” ocorrerão os ajustes necessários e o tempo de resposta, considerando tanto os processo, quanto às questões emocionais, cada vez mais discutidas nas empresas.
Habilidades para trabalhar sob pressão: Atuar nesse tipo de processo, muitas vezes envolve trabalhar sob grande pressão, seja por prazos ou expectativas de resultados. É importante que o profissional envolvido esteja preparado para lidar com esse cenário considerando as variáveis que pode ou não controlar, sem comprometer sua própria saúde.
Comunicação assertiva: em um ambiente de grande insegurança, o risco de perder talentos chave de ambas as empresas é muito alto. Para auxiliar nesse contexto, acalmar os ânimos e trazer o maior nível de clareza possível, um plano de comunicação pode fazer a diferença. Parte desse desafio, envolve pensar em questões como:
- Quais informações chaves precisamos comunicar?
- Qual o momento oportuno para cada comunicação e com qual frequência devo fazer?
- Como as pessoas serão comunicadas?
- Haverá um processo de integração?
- Qual o meio adequado para levar informações relevantes àquele público?
Habilidades Sociais Assertivas: São comportamentos sociais de enfrentamento de situações que envolvem risco de reação indesejável do interlocutor e requerem expressão apropriada de sentimentos, desejos e opiniões com controle de agressividade e passividade. (Del Prette & Del Prette, 2005). A assertividade é situacional e demanda dos profissionais acompanhamento do cenário, mudanças e entendimento dos objetivos baseado nos relacionamentos interpessoais.
Adaptabilidade/ Flexibilidade: São habilidades primordiais para momentos de maior dinamismo, incerteza e mudanças. Saber lidar e gerir adequadamente as mudanças dependem da habilidade de adaptar-se ao novo contexto e ajustar as ações conforme necessário.
Empatia: Capacidade de compreender a perspectiva do outro, sensibilizar-se com o sentimento do outro e comunicar a compreensão e o sentimento – Feshback(1978;1982). Essa habilidade crucialmente crítica e permeia todo o processo de forma contínua.
Portanto, o profissional envolvido nesse tipo de processo precisa ter a habilidade de se comunicar assertivamente, gerenciar conflitos diante a diferentes interesses, treinar e habilitar a escuta ativa para conduzir as etapas de gestão de mudanças de forma satisfatória e estratégica, visando contribuir de forma efetiva na construção desse plano de comunicação.
