Estamos inseridos em um cenário de mudanças contínuas, marcado pela diversidade geracional nas organizações, por fatores externos negativos no ambiente de trabalho e, consequentemente, pela incerteza quanto aos desdobramentos dos negócios diante de inúmeros acontecimentos que impactam o mercado e as relações humanas.
Neste contexto, a figura do líder ganha novos significados e responsabilidades, extrapolando somente as competências técnicas e abrangendo uma dimensão mais complexa e desafiadora: é preciso exercitar a comunicação assertiva, explorar o máximo do potencial das pessoas e entregar resultados com qualidade e humanidade. Uma pesquisa realizada pela Gallup, uma empresa de opinião dos Estados Unidos, demonstra que líderes representam 70% (setenta por cento) do engajamento de colaboradores. Isto é, ter proximidade com as pessoas lideradas é fundamental para criar conexão e comunicação de maneira que todos estejam cientes de suas próprias responsabilidades.
No processo comunicacional, a Neuroliderança é uma grande aliada, pois busca entender o funcionamento do cérebro humano na regulação das emoções e ajuda a aprimorar a comunicação considerando a singularidade de cada indivíduo. À medida que se exploram caminhos na Ciência para compreender a emocionalidade e se utilizam ferramentas adequadas para uma comunicação mais consciente, torna-se essencial desconstruir a crença de que um líder deve ter todas as respostas. Pelo contrário, é a vulnerabilidade que conecta as pessoas!
Assim, um líder, antes de buscar recursos para otimizar a interação com as equipes, precisa entender como se relaciona consigo mesmo. Esse entendimento representa o primeiro passo para desenvolver a autoconfiança e a mentalidade de crescimento. As ideias cristalizadas que colecionamos ao nosso respeito, interferem na jornada do autoconhecimento e dificultam uma liderança autêntica, que sabe reconhecer virtudes e limitações.
Durante este processo, desenvolvem-se novas habilidades e uma maior consciência das diferenças entre indivíduos. Dessa maneira, aprende-se a respeitar as diversidades, a promover a inclusão e a construir narrativas que abranjam o coletivo. Quando uma liderança se desenvolve, ocorrem ganhos exponenciais que permeiam a Cultura Organizacional. No entanto, isso não elimina a possibilidade de conflitos ou conversas desafiadoras. É com a maturidade adquirida na jornada que é possível nutrir relações saudáveis e expandir os recursos internos para liderar em diferentes contextos e enfrentar desafios variados. O líder protagonista, também embaixador da comunicação, lidera pelo exemplo, criando espaço para a escuta ativa, minimizando julgamentos e fortalecendo vínculos com seus liderados.
Logo, a comunicação pode e deve ser lapidada continuamente, sendo o líder o recurso mais valioso para amplificar vozes na organização. Através da forte influência de sua persona, o time também se desenvolve e aprimora suas habilidades de influenciar, gerando resultados positivos para negócios e relações.
Líder, de que maneira sua comunicação é refletida em seu time?
Artigo escrito por Giovane Prestes, participante do Grupo de Estudos “Comunicação Consciente” da ABRH-SP.
(São Paulo, 22 de Janeiro de 2024)