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Presidente da MetLife, Raphael de Carvalho, fala sobre tendências em benefícios e dos 20 anos da empresa no Brasil

Em 2017, a MetLife realizou pesquisas quantitativas online para o Estudo sobre Tendências de Benefícios para Funcionários no Brasil. Foram ouvidos mais de 300 empregadores, informando o que oferecem de benefícios aos funcionários, e 500 funcionários detalhando suas atitudes, opções e práticas atuais. Entre as principais conclusões do estudo, que é bastante extenso, está a de que aumentar a percepção de valor sobre o pacote de benefícios pode alavancar o engajamento dos funcionários no trabalho. Nesta entrevista, o presidente da MetLife, Raphael de Carvalho, fala sobre alguns tópicos da pesquisa, a liderança feminina na empresa e como enxerga o momento econômico do país.

GESTÃO DE PESSOAS – Os resultados da pesquisa apontam que, quanto mais o funcionário valoriza os benefícios, mais engajado e comprometido ele está em seu emprego. Como oferecer mais e melhores benefícios em momentos de baixo crescimento como o vivido atualmente no país?

RAPHAEL DE CARVALHO – É preciso ser mais criativo e se ajustar a pressões de margens mais apertadas, o que tem impacto na área de benefícios. Temos observado as empresas mais seletivas e focadas onde há percepção de valor. Por exemplo, antes havia benefícios universais, mas com baixíssima adesão dos funcionários. O que tem sido feito é ajustar para um grupo que realmente usa o benefício e diminuir para quem não usa. Dental é um caso clássico. Outro exemplo é o redesenho dos benefícios de seguro saúde. Porém, eliminação ou diminuição drástica de benefícios não temos visto. Uma tendência global é um pouco de flexibilização. Isso se fala há muito tempo, mas só agora é possível fazer melhor graças às plataformas de sistemas dos provedores.

GP – Outro tópico da pesquisa aponta que apenas 40% dos funcionários no Brasil disseram que sentem ter controle em relação às suas finanças. Outros dados mostram que o estresse financeiro afeta a produtividade. O que as empresas têm feito nesse sentido?

RC – Na MetLife, levamos bastante a sério a questão da educação financeira. O estudo fala que os impactos em produtividade e absenteísmo de problemas com dívida são mais relevantes a curto prazo que a programação com a aposentadoria. É um tópico importante. Entretanto, no Brasil, a educação financeira ainda é emergente, muito embora já até existam empresas locais, pequenas consultorias se organizando para prover esse tipo de serviço e procurando até seguradoras como parceiras para levar esse complemento aos funcionários.

GP – Braço filantrópico global da seguradora, a Fundação MetLife também investe em programas de educação financeira?

RC – Sim. Aqui no Brasil, por exemplo, fizemos uma parceria com os personagens do programa Vila Sésamo para falar de educação financeira em várias escolas de 16 estados do país, durante três anos. Fiquei positivamente surpreendido com o sucesso do programa, que tratava de madeira lúdica a importância do planejamento financeiro para alcançar os sonhos. Também estamos promovendo um concurso global para identificar e apoiar fintechs que trabalhem para a inclusão financeira.

GP – A MetLife tem se destacado nos principais rankings que apontam a valorização da liderança das mulheres nas empresas. Como isso acontece?

RC – Posso dizer que, em relação à questão de integração e não diferença de gênero para progressão da carreira numa empresa, nunca vi nada como a MetLife e estou aqui só faz quatro anos. A liderança feminina faz parte do DNA da organização, entrou na veia. Não é assunto nos nossos comitês, tanto que, atualmente, 60% da nossa liderança em todos os níveis é composta por mulheres. No total da empresa, elas são 66%. Talvez isso se explique também pela questão de a gente gostar muito de pessoas com pontos de vista diferentes para construir soluções melhores. Aqui discutimos ideias, não pessoas, e hierarquia não é ser dono da verdade. Portanto, há uma valorização da diversidade como um todo.

GP – Até agora as perspectivas mais otimistas em relação ao crescimento da economia não se confirmaram. Como o sr. enxerga o atual momento do país?

RC – Olhamos para horizontes de tempo mais longos, mas ficamos muito atentos às variações de curto prazo porque temos de fazer ajustes, tanto na tática quanto na estratégia. Acreditamos que o direcional do Brasil é bom. As decisões tomadas em relação à questão de maior liberdade de mercado são boas. Entretanto, como qualquer direcional, a trajetória pode ter percalços. Para falar a verdade, sou muito otimista. Só vejo o país melhorando quando você vê a fotografia de mais longe.

GP – A MetLife completa, em 2019, 20 anos de Brasil. Como o sr. avalia a presença da empresa no país?

RC – Enxergo a trajetória como bem-sucedida. Começamos do zero. Tomamos a decisão de não fazer aquisições, mas crescer organicamente. No início, aproveitando muito do que a MetLife já tinha como seu ponto forte fora do país, que era o seguro de grandes empresas e a relação com grandes corretores. A partir dessa base, entraram novos negócios, primeiro previdência, depois seguro dental. Hoje nosso foco são as Pequenas e Médias Empresas – quase um terço do faturamento da nossa carteira – e Pessoa Física.

Fonte: O Estado de São Paulo, 16 de Junho de 2019.

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