Criado no início do século 20 para celebrar as lutas e conquistas dos trabalhadores por melhores condições, o Dia do Trabalho permanece relevante por evocar a dignidade, satisfação e o significado que a atividade proporciona às pessoas, além do necessário sustento. Sua ausência, portanto, traz impactos não só para as finanças das famílias, como também à autoestima e autoimagem de indivíduos, tendo como consequência, em muitos casos, uma série de problemas de origem psicossomática que afetam a saúde de quem vive a ansiedade pelo primeiro emprego ou a angústia da recolocação.
É altamente preocupante, portanto, a persistência dos altos níveis de desemprego em decorrência da lenta recuperação da economia brasileira. Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados na última quarta, 24 de abril, foram desanimadores ao apontarem o saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada em março, interrompendo o tímido saldo positivo do mês anterior.
Diante desse cenário, a atual Diretoria Executiva da ABRH-SP elegeu, em seu planejamento estratégico, o tema Trabalho e Renda como um dos seus pilares, com ações que têm como objetivo o resgate da empregabilidade e a promoção do trabalho e empreendedorismo. Na prática, isso significa o compromisso da Associação com iniciativas que ajudem as pessoas em transição de carreira a encontrarem uma recolocação e o uso de sua representatividade no estado de São Paulo para influenciar políticas públicas de geração de trabalho e renda.
Igualmente preocupam a Associação os impactos das novas tecnologias no futuro do trabalho, o que levou-a a definir a Transformação Digital como outro de seus pilares estratégicos. De acordo com recente relatório do Fórum Econômico Mundial, 75 milhões de cargos atuais poderão simplesmente sumir com a divisão do trabalho com máquinas e algoritmos nos próximos anos. Também estima-se que, por volta de 2030, 16 milhões de brasileiros terão suas carreiras impactadas pela automação.
Com o firme propósito de enfrentar esses desafios, a ABRH-SP tem realizado uma série de workshops de sensibilização, promovido grupos de estudos e capacitado os profissionais de Recursos Humanos para que eles compreendam esse novo modelo ágil de trabalho e sejam protagonistas da necessária transformação nas empresas. Como principal Associação que representa o profissional de RH do Brasil, a ABRH-SP não abre mão do seu poder de influenciar a formulação de políticas públicas que minimizem o impacto do desemprego causado pela transformação digital.
São desafios gigantescos, mas possíveis de serem enfrentados, desde que de forma colaborativa. Iniciativa privada, poder público, instituições e entidades do terceiro setor têm que unir esforços para a construção de um mundo com mais oportunidades e para um número maior de trabalhadores. Entretanto, é importante lembrar que os próprios trabalhadores também têm a sua responsabilidade nesse processo ao buscarem a atualização e o aperfeiçoamento necessários para se adaptar aos novos tempos, utilizando as mídias sociais, os cursos on-line e de tecnologia disponíveis que facilitam o acesso ao conhecimento, muitas vezes de forma gratuita. Nossos avós lutaram por melhores condições de trabalho, agora, mais do que nunca, é a nossa vez de sermos protagonistas da construção dessa nova história.
Guilherme Cavalieri, presidente da ABRH-SP
Fonte: O Estado de São Paulo, 28 de Abril de 2019.
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