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Como lidar com os desafios da saúde mental nas organizações

Tema dos mais importantes e atual, a saúde mental em tempos de pandemia foi assunto do webinar realizado pela Regional Centro Oeste da ABRH-SP na última quarta, com as participações da médica Antonietta Medeiros, diretora da área de Gestão de Saúde e Bem-Estar e Gerenciamento de Risco em Saúde da Mercer-Marsh, e de Gledson Fonseca, gerente de Desenvolvimento Organizacional (Expertise Center) do Grupo Jacto e cofundador da Associação Anjos Guerreiros. Diretora de Eventos e Comunicação da ABRH-SP Centro Oeste, Patrícia Levorato foi a moderadora.

O principal fator impeditivo para promover a saúde mental dos colaboradores e da comunidade, de acordo com a dra. Antonietta, continua sendo o estigma que existe em relação ao tema. O primeiro passo, portanto, é falar sobre o processo e os fatores, e, assim, atuar mais fortemente e eficazmente em relação ao problema.

Segundo ela, os números e estatísticas têm mostrado o quão prevalentes são os transtornos mentais. O suicídio é a segunda maior causa de óbitos em adultos jovens, a depressão é a principal causa de incapacidade no mundo e será a primeira causa de adoecimento nos próximos anos. Na América Latina, o Brasil tem mais casos de depressão notificados e, quando falamos das Américas, perde apenas para os Estados Unidos. A cada dez afastamentos, cinco estão relacionados a questões emocionais. E, ainda, há o aumento de 30% nos últimos dez anos dos casos de uso de drogas, chegando a afetar 5,5% da população mundial.

“A saúde mental está relacionada à forma como as pessoas reagem às exigências do dia a dia, à capacidade de harmonizar ideias e emoções. Não é à toa que agora, nesse momento que estamos enfrentando, mais pessoas sofrem com transtornos afetando a saúde mental. Em função do novo coronavírus, fomos obrigados a mudar nossos hábitos abruptamente. De uma hora para outra, tivemos de fazer adaptações e isso, muitas vezes, leva tempo para que as pessoas possam se adequar às mudanças de forma ágil e rápida, o que causa ansiedade. Além disso, o próprio medo, o receio do incerto que o vírus está trazendo hoje geram certa ansiedade para todos nós”, destacou a médica.

Sobre os fatores de risco que afetam a saúde mental, ela destacou que não existe um único, somos complexos demais. Fora das organizações, os principais são as relações socioculturais e familiares; a situação econômica do país, que gera, neste momento, muita ansiedade e expectativa em relação ao emprego e salário; a insegurança gerada pela violência social e doméstica, que emergiu muito fortemente na pandemia; e a saúde financeira pessoal.

Já dentro das organizações, os fatores que podem afetar a saúde mental são o conhecimento das atividades laborais e das ferramentas adequadas para a realização do trabalho; o ambiente organizacional e como os líderes lidam com os colaboradores; e o quanto os gestores conhecem todos os produtos e serviços que a companhia disponibiliza para os funcionários para que, em um momento de identificação precoce de alguma alteração comportamental, possam indicar o tratamento.

O diagnóstico nem sempre é fácil. “Seria muito interessante empoderar os nossos gestores para que eles identificassem rapidamente que a alteração de comportamento daquele funcionário que passa a não produzir mais, passa a ficar mais apático e recluso socialmente, talvez esteja relacionada a uma situação que esteja causando transtornos mentais”, disse.

 

Controle do estresse no trabalho

Ela também falou sobre as medidas que podem controlar o estresse no trabalho, começando por mapear as áreas de maior risco, identificar aquelas pessoas que já estão com problemas e fazer a prevenção para que aqueles que estão em excelente performance não sejam afetados. Além disso, reduzir o estigma da doença, falando abertamente sobre o assunto, estabelecer a cultura de acolhimento e aferir e identificar fatores causais através de perfil, pesquisa de clima, dados de absenteísmo, entre outros.

Por fim, a dra. Antonietta compartilhou orientações práticas para que as pessoas quebrem o ciclo do estresse:

  • fazer intervalos regulares para quebrar o momento em que estamos passando por uma tensão ou sendo exigidos por uma determinada situação;
  • descobrir os gatilhos desencadeantes do estresse, porque é importante identificar que tipo de situação leva a ter um comportamento mais evasivo, exacerbado ou retraído;
  • não ser perfeccionista, porque a busca da perfeição é o pior que pode acontecer para pessoas que estão em uma determinada situação de tensão;
  • estabelecer limites para as atividades, com horários para começar e terminar de trabalhar, para descansar, para ficar com a família;
  • e, por fim, fazer uma coisa por vez para ter os compromissos resolvidos e não gerar estresse por ainda ter de fazer algo.

 

Superação

Ao compartilhar a sua história de vida, e de superação de grandes adversidades, como a perda da mulher ao dar à luz a gêmeos, e as graves sequelas enfrentadas pelas crianças, Gledson deu muita emoção ao webinar. De maneira sincera, ele falou de como teve de reorganizar a vida profissional e do acolhimento e apoio dado pelo Grupo Jacto nos seus momentos de maior dificuldade quando teve de ficar afastado por 90 dias depois do nascimento das crianças e quando passou a sofrer com transtornos mentais. Vale conferir o relato completo no canal da ABRH-SP no YouTube.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (26 de Outubro de 2020)

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