Comunicação Não Violenta nas relações de trabalho
Estruturada por Marshall Rosenberg¹, a Comunicação Não Violenta (CNV) propõe uma abordagem específica da comunicação com um processo construído por meio da conexão consciente, utilizando empatia e compaixão. Possibilita a conexão e sintonia com a essência das pessoas.
É possível dizer que a CNV é uma mudança de paradigma que desperta para um novo modo de vida. Na medida em que a compreensão e a consciência vão sendo ampliadas e exercitadas, a violência vai perdendo lugar nas ações e comportamentos, uma vez que a prática pessoal de não causar sofrimento nem a si nem ao outro, sob qualquer circunstância, vai ganhando sentido.
Trazer essa ideia para as relações de trabalho significa entender esse espaço e as relações que naturalmente se estabelecem nesses contextos, que dão voz e vida às organizações de trabalho.
A prática da CNV nos desarma de reações, tais como fuga, ataque ou paralisia diante de determinadas situações, na medida em que possibilita a transformação da reação automática em ação consciente.
Trata-se de:
1- observar os fatos;
2- sentir e nomear esse sentimento em relação ao fato em si;
3- reconhecer quais necessidades estão ligadas a esse fato e a esse sentimento; e
4- fazer pedidos claros e honestos, para atender às necessidades, acolhendo sentimentos e exercitando o não julgar.
É uma maneira poderosa, que apoia a melhoria das relações inter e intrapessoais. Com isso, cada pessoa é convidada a refletir sobre suas ações e seus comportamentos, bem como os impactos no ambiente corporativo e nos resultados.
A tendência é conferir leveza e verdade para os relacionamentos, além de ampliar a confiança entre pares, superiores e liderados, tornando o ambiente mais agradável.
Pessoas saudáveis e conscientes de suas ações aumentam a produtividade, o que é bom para todos! Utilizar o poder da CNV no ambiente corporativo demonstra preocupação com a preservação da saúde física, mental, emocional e espiritual do time, colaborando para a autorregulação emocional e segurança psicológica de todos. Organizações que investem em CNV demonstram interesse genuíno pelas pessoas e pelas relações para, como o próprio Marshall Rosenberg diz, “continuarmos humanos, mesmo em condições adversas”.
¹ROSENBERG, M.B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução de Mário Vilela. 3. ed. São Paulo: Editora Ágora, 2006.
Por Carolina Fanaro da Costa Damato, participante do Grupo de Estudos de Comunicação Não Violenta
São Paulo, 21 de Março de 2022