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Diga “oi” no WhatsApp e “adeus” para a produtividade

Quem inventou o WhatsApp foi o demônio. E quem inventou o grupo de família no WhatsApp foi a mãe do capeta. Desde que isso aconteceu, nunca mais as pessoas se falaram direito. E por “falar direito” entenda: ter uma conversa inteligente sobre algo realmente importante. Nossa boa comunicação vinha fracassando desde as mensagens instantâneas. O ICQ e seu sonzinho metálico já me faziam chorar no ano 2000, quando trabalhava na AOL e era constantemente interrompida por alguém querendo fazer da sua incompetência a minha urgência. Era só apertar um botão, escrever seu desejo, do jeito mais abreviado e incompreensível possível, para iniciar um mal-entendido ou uma sucessão de perguntas e respostas sobre algo que estava mais para projeto do que para bate-papo. Aquela conversa merecia uma reunião séria e planejada que nenhum “ôh ôh” de lá para cá e de cá para lá iria resolver. Achei que a coisa iria parar nisso, mas aí inventaram o WhatsApp e a vida virou um inferno. O brasileiro olha para o celular, em média, 78 vezes por dia. E precisa de cinco minutos para voltar a se concentrar no que estava fazendo. Isso dá umas seis horas e meia jogadas fora. Uma total perda de energia e tempo. Tempo que todo mundo jura que não tem para nada. O pior é que todo mundo escreve, escreve, escreve, fala, fala, fala e não combina nada direito. São dez mensagens de texto e cinco de voz para um chopinho ao lado e um chega atrasado porque não entendeu onde era, outro não vai porque não entendeu quando era e outro vai, mas não entendeu por que está lá. Não vou nem falar do constrangimento de ter alguém na sua frente que não olha na sua cara, só para o maldito celular. Ou que, no meio da conversa e sem nenhum aviso, começa a falar com uma pessoa no celular e deixa você no vácuo. O mesmo acontece nas empresas: nas salas de reuniões há dez pessoas, mas só três estão atentas ao que acontece lá. O restante está com a cara enfiada no laptop ou no stupid phone. Isso me dá uma raiva! Sobretudo porque essas pessoas são as mesmas que vão interromper a reunião para perguntar uma coisa que já foi dita ou enviar um e-mail contrariando tudo o que foi combinado porque estavam mentalmente em outro lugar. Isso é tão improdutivo quanto irritante. Tão mal-educado quanto incoerente. Durante séculos, vivemos sem essas tecnologias e reclamávamos das dificuldades de comunicação e das poucas oportunidades de encontros pessoais devido às longas distâncias. Agora que temos esse montão de ferramentas, vamos, ao menos, usá-las do jeito certo. Quando estivermos numa teleconferência, olhemos nos olhos. Ao telefone, escutemos com atenção. Ao enviarmos uma mensagem, tenhamos certeza de que essa era a última opção. Quando estivermos frente a frente, estejamos lá, de corpo e de alma. Presentes. Atentos. Empáticos. Outro ponto importante: como era rara a oportunidade de estar com alguém, tudo o que precisava ser decidido prontamente assim o era. Hoje, adiamos, procrastinamos e damos pouca importância à presença do outro. Isso não tem como dar certo. Nem na vida profissional, nem na vida pessoal. O ICQ estava certo quando previu o problema dizendo: “Ôh, Ôh”.   *Proprietária da Pensamentos Transformadores – Treinamento e Desenvolvimento e integrante do comitê de criação do CONARH 2017 – 43º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas     Fonte: O Estado de São Paulo, 27 de Abril de 2017

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