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Em busca da felicidade no trabalho

Normalmente, a gente fala de felicidade de um lado, e de trabalho de outro. É incomum ter as duas palavras na mesma frase. “É trabalho, como posso ficar feliz?”, perguntamos. Estamos acostumados a tolerar o trabalho e até esperamos odiá-lo, porque é só uma questão de sobrevivência e não algo que possa ser curtido ou gerar satisfação. No entanto, é possível, sim, ser feliz no trabalho, defende Nicole Fuentes, professora da Ciência da Felicidade na Universidade de Monterrey, no México, e consultora do The Edge Group.

Nicole falou sobre o tema na palestra magna Felicidade e Bem-Estar nas Empresas, apresentada durante a primeira edição do CHRO Forum, evento promovido pela ABRH-SP em novembro passado.

“Com a pandemia de covid-19, as regras do jogo mudaram completamente. Hoje está todo mundo com o coração um pouco partido ou muito partido. Talvez a gente sinta muita ansiedade, tristeza, preocupação, frustração ou raiva, porque passar por essa pandemia tem sido um grande desafio para se sentir bem. Então, é diferente falar de felicidade no trabalho no meio de uma pandemia”, contextualizou.

Apesar dessa dor coletiva no mundo, todos sabem o quanto a felicidade é importante. Talvez mais do que nunca, disse a palestrante. É preciso se agarrar às emoções positivas, e ao lado positivo da vida, para poder enfrentar tudo o que está acontecendo. “Quando nos sentimos bem e felizes, temos acesso aos melhores recursos, à versão melhor de nós mesmos. Vejo a felicidade como uma roupa de super-herói que faz com que a gente tenha o melhor desempenho.”

Como Nicole lembrou e com base na ciência, sabemos que o bem-estar emocional se traduz em muitas coisas positivas. No nível individual, pessoas mais felizes têm uma saúde melhor, um sistema imunológico mais forte e se recuperam mais rápido, o que é muito importante no contexto da pandemia. Além disso, tendem a viver mais tempo, ter relacionamentos mais longos, trabalham com mais eficiência, analisam problemas mais difíceis, são mais criativas, funcionam melhor nas equipes e conseguem inovar mais.

Especificamente no contexto do trabalho, a felicidade é uma boa ideia para a empresa e os colaboradores. As pessoas que trabalham felizes se conectam mais, têm menores taxas de absenteísmo, oferecem um serviço melhor ao cliente, funcionam bem em equipes, vendem mais, sofrem menos acidentes… “Em resumo, é uma boa ideia para as empresas porque os aspectos positivos afetam no resultado. E também é bom para o colaborador trabalhar estando bem porque ele será mais atraente e bem avaliado pelos colegas e pelos chefes, terá mais chances de ser promovido com rapidez e salários mais altos. Tem vantagens para todos os lados.”

O que podemos fazer sobre a nossa felicidade nesse contexto? Segundo Nicole, ter muita compaixão, que é a empatia mais a ação, ou seja, sentir a tristeza e agir para aliviar a situação, e reconhecer que há muita gente se sentindo ansiosa, com medo e que passou por situações muito difíceis, portanto é o momento de ter paciência, ser tolerante e dar a nós mesmos e aos outros a permissão para sermos humanos. Além disso, antes, durante e depois da pandemia, o básico para a felicidade é a conexão, não só com os outros, mas consigo mesmo.

Como ela explicou, três palavras-chaves são muito importantes para a conexão social, porque nos ajudam a nos organizar e tomar atitude. A primeira é a proximidade, pois somos positiva e negativamente afetados pelas pessoas fisicamente próximas a nós. Isso mudou durante a pandemia porque a proximidade física pode ser perigosa, portanto, é preciso ser criativo para ficar perto de quem a gente gosta, pessoas que alimentam a nossa vida de uma forma segura.

A próxima palavra é frequência, um contato mais frequente com as pessoas que nutrem e promovem o nosso crescimento pessoal e menos contato com aquelas que drenam as nossas energias. Por isso, é importante estabelecer limites. E, por fim, a terceira palavra, qualidade. “Tenho quase certeza de que vocês sabem que os relacionamentos que funcionam levam a um bem-estar emocional e os que não ajudam são tóxicos”, disse Nicole.

E o que podemos fazer para melhorar a qualidade dos nossos relacionamentos? A palestrante compartilhou uma lista:

  • Adotar a proporção 3 para 1. Para cada interação negativa tentar compensar com três positivas.
  • Mostrar agradecimento e afeição, e verbalizar os sentimentos sobre o que gosta na pessoa. O amor precisa ser sentido e ouvido.
  • Passar tempo com as pessoas que ama e não ao lado. “Não é estar na mesma sala, com todo mundo olhando para uma tela, sem interagir. É importante desconectar dos dispositivos eletrônicos e criar bolhas de tempo e zonas sem tecnologia para se conectar com as pessoas que você ama.”
  • Ter um amigo no trabalho. Segundo um estudo do Gallup, provavelmente a variável mais importante para a satisfação no trabalho é ter o melhor amigo ao lado. Se não tiver, buscar encontrar formas de estabelecer amizades no ambiente corporativo.
  • Ter um bom relacionamento com o chefe. Se for o líder, avaliar o que está fazendo para melhorar a vida da equipe.
  • Praticar a gratidão e destacar o que é bom nas pessoas, agradecer pessoalmente.
  • Ligar a câmera nas reuniões remotas. A câmera desligada não é propícia para a conexão entre as pessoas.

Nicole sugeriu outras estratégias importantes: cuidar do corpo, dormir bem, cuidar da alimentação, que é a forma mais barata de medicina preventiva; cuidar da mente e das emoções, protegendo o bem-estar emocional. A covid-19 foi muito brutal com a saúde mental de todos, como se fosse uma nuvem negra sobre a cabeça do mundo inteiro. Por isso, mesmo nas empresas as pessoas devem falar sobre essas emoções, reconhecer a presença dessas emoções e, se não estiverem se sentindo bem, procurar ajuda. Não é necessário sofrer quando há tanto auxílio disponível.

Além disso, é preciso cuidar da atenção. “A ordem externa promove paz interna. Ajude o seu cérebro, mantendo as coisas organizadas de segunda a sexta, acorde no mesmo horário, tire o pijama, se concentre. Faça pausas planejadas e pensadas, respire profundamente, pratique mindfulness.

Nicole falou ainda do propósito. Para ela, pessoas que conseguem articular o propósito da vida em uma frase curta são mais felizes, saudáveis, vivem mais e têm mais sucesso. “A gente sempre soube que isso era importante, mas, com a covid-19, passamos a pensar no significado da vida e a redefinir prioridades. No mundo dos negócios, as empresas estão começando a sair desse conceito de felicidade para propósito, porque o propósito permite que você seja feliz de forma consistente, ao longo do tempo e no longo prazo”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (24 de Janeiro de 2022)

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