Uma pesquisa recente do Ceert – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades apresentou dados relevantes sobre a questão da equidade racial nas empresas. Realizado no período de 15 a 17 de agosto, durante o CONARH 2017 – 43º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, o levantamento ouviu 100 profissionais das áreas de Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Recursos Humanos de diferentes setores econômicos. E os resultados mostram que, embora o tema ainda se constitua em um desafio nas organizações, a situação tende a mudar.
De acordo com as pessoas ouvidas, 79% das empresas já desenvolvem ações no campo da diversidade, principalmente com foco em pessoas com deficiência (PcDs), que somam 34%, e na questão do gênero, com 28%. Já os percentuais voltados às iniciativas de raça e cor e LGBTI foram bem inferiores: 17% e 18%, respectivamente.
Dentre as empresas com ações para a equidade racial, o principal foco foi a ampliação da presença de negros e negras no quadro de pessoal (44%) e nos níveis de liderança (38%). O desenvolvimento de produtos e serviços voltados à população negra correspondeu a 18% das iniciativas.
“A boa notícia é que, na percepção dos entrevistados, a maioria das organizações tem revelado interesse em trabalhar a equidade racial. Os níveis de exclusão e violência racial são alarmantes, o que aponta para uma sociedade instável e insustentável. O reconhecimento e a valorização dos diversos grupos que compõem a sociedade é uma questão não só de direitos humanos, mas de desenvolvimento, já que talentos de diferentes segmentos sociais podem contribuir para a construção de patamares sociais mais qualificados e sustentáveis”, afirma Cida Bento, coordenadora executiva do Ceert.
Jorgete Leite Lemos, diretora de Diversidade da ABRH-Brasil, ressalta a necessidade de acelerar essa tendência de mudança. “Para tanto, nós, profissionais que atuamos em gestão de pessoas e que temos a oportunidade de abordar esse tema diretamente com a alta direção das organizações, precisamos influir e agir para a adoção de ações concretas, como, por exemplo, incorporar a diversidade racial com equidade à estratégia de negócio.”
Para ela, é fundamental que haja mudança no discurso que impede as pessoas de assumirem seus preconceitos ao usarem jargões ultrapassados, como “aqui não há preconceito” e “somos todos iguais”.
“Além disso, devemos gerar oportunidades de ensino e aprendizagem corporativos para que todos possam avaliar suas atitudes e comportamentos, e realinhá-los ou, se já forem pautados pelo respeito às diferenças, fortalecê-los e disseminá-los. A mudança é lenta, mas as consequências do preconceito crescem continuamente, em uma escala desproporcional às mudanças. Assim como cresce a tomada de consciência de negros e negras quanto ao seu valor e papel na sociedade e nas corporações”, afirma Jorgete, completando: “Não vamos aguardar movimentos de pressão, pois não somos um RH reativo. Vamos preparar nossas organizações para a realidade e para as tendências agora!”
Fonte: O Estado de São Paulo, 14 de Setembro de 2017.
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