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Lifelong learning: aprender, desaprender e reaprender sempre, o segredo do sucesso

“Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.”

(Alvin Toffler)

Estamos no século 21 e vivemos mudanças exponenciais, aceleradas nos últimos anos principalmente pela transformação digital e potencializadas pela pandemia de Covid-19, que impactam diretamente o mundo do trabalho e exigem que os profissionais se adaptem e entendam o contexto rapidamente. Para isso, é necessário identificar e desenvolver novas competências de maneira incessante. Destaco aqui as habilidades de aprender, desaprender e reaprender continuamente. Tais habilidades se conectam com o termo inglês “Lifelong learning”, que em português significa “aprendizado ao longo da vida”, ou seja, educação e aprendizado contínuos. O processo envolve aprimorar e adquirir conhecimentos por meio de experiências cotidianas, e muitas vezes desaprender algo para obter um novo conhecimento. Aprender, desaprender e reaprender constituem ações extremamente relevantes, considerando as mudanças e os desafios constantes enfrentados no mundo do trabalho.

O Lifelong learning é um processo de aprendizagem que navega em várias áreas, setores, espaços tradicionais de aprendizagem e transpõe a educação formal e tradicional. Vai muito além dos diplomas, contempla o desenvolvimento contínuo com inúmeras possibilidades de aprender, desaprender e reaprender. Além de ser um aprendizado contínuo, é diversificado, flexível. Permite, por meio do protagonismo e da autonomia do aprendiz, ampliar a visão e as práticas possíveis e viáveis para este contexto. É um processo muito eficiente que provoca a criatividade, a inovação, o “pensar fora da caixa” e propõe novas alternativas para situações cotidianas, além de trazer soluções eficazes para situações não vivenciadas, algo muito comum e necessário no contexto das mudanças exponenciais.

Segundo Conrado Schlochauer, todos somos “lifelong learner”, termo que remete à importância da autonomia, para sermos aprendizes ao longo da vida, reforçando a relevância do aprendizado contínuo e ativo como uma das habilidades mais requeridas do profissional nos dias atuais e reforçada pelo Fórum Econômico Mundial no relatório “The future of jobs”, de 2023.

Apesar de sabermos ser fundamental praticar o aprendizado e desenvolvimento contínuo, ainda estamos muito presos à educação formal e tradicional. Por esta razão, é importante mudar esta visão para que possamos exercitar e usufruir do aprendizado existente em toda a nossa trajetória e nas situações inesperadas e diversas, principalmente nas relações humanas, por meio da colaboração e da troca de experiências, tão pouco praticadas por nós e tão pouco incentivadas e exploradas dentro das organizações.

Segundo Jacques Delors, em “Educação: Um tesouro a descobrir”, a educação ao longo da vida, ou Lifelong learning, possui quatro pilares fundamentais:

Aprender a conhecer, que combina uma cultura geral ampla que permite estudar com profundidade e realmente aprender a aprender, pois conhecimento é imprescindível para que aconteça o aprendizado; envolve estar engajado no processo de conhecer, praticar o pensamento crítico, questionar, indo muito além do “saber apenas o conceito”.

Aprender a fazer para adquirir competências de forma abrangente e ter aptidão para enfrentar diferentes situações e trabalhar em equipe. Esta aquisição pode ocorrer por meio de vários modelos de aprendizagem. Destaca-se aqui o método desenvolvido por Morgan McCall e colegas, conhecido como “70-20-10”, em que 70% do aprendizado se baseia na experiência e na prática do conhecimento, pois somente praticando podemos incorporar o conhecimento e torná-lo um hábito, enquanto 20% advém da interação com outras pessoas, e apenas 10% é obtido nos cursos com o aprendizado tradicional (diplomas).

Aprender a conviver, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências. Com a troca de experiências e a convivência com outras pessoas aprendemos muito, como citado no pilar “aprender a fazer 20% do nosso aprendizado advém da interação com outras pessoas” com experiências e formas de pensar diferentes da nossa.

Aprender a ser. Para nosso desenvolvimento, precisamos nos conhecer, agir com autonomia, identificar o próprio potencial e ser protagonistas de nosso aprendizado contínuo.

Para garantir a eficácia da aplicação do Lifelong Learning é importante planejar algumas ações para sustentar seus pilares, como por exemplo: conhecer muito bem nossos interesses, nossas competências e ter clareza de quais são nossos objetivos pessoais e profissionais; identificar e aproveitar as oportunidades de aprendizado que surgem em nosso dia a dia e assumir o protagonismo, ou seja a responsabilidade pelo nosso desenvolvimento contínuo.

Cada um de nós é responsável por manter e sustentar os pilares que são a base do Lifelong learning. E para garantir sua efetividade é preciso que o processo ocorra de forma planejada e focada em áreas-chave de interesse pessoal e profissional. Somente assim nos apoiaremos e sustentaremos nosso desenvolvimento contínuo para sermos competitivos em um mercado de trabalho tão dinâmico, onde tudo muda o tempo todo.

*Edna Rodrigues Bedani

Psicóloga, mestre em Administração, aluna especial no doutorado do Instituto de Psicologia da USP. Formação em Coaching, Neurocoaching, Mentoria e Aconselhamento de Carreira.  Ampla experiência na área de Gestão do Capital Humano, com mais de 30 anos de atuação na área. Atua como professora, mentora, coach e consultora no desenvolvimento de líderes. Vice-presidente do Conselho Deliberativo na ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos), atuou como diretora de Conhecimento e Aprendizagem em três gestões anteriores (de 2013 a 2021).

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