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Outubro Rosa traz o RH para as discussões sobre a realidade das profissionais com câncer de mama nas empresas

Entre as campanhas de prevenção que associam o mês a uma cor específica, o Outubro Rosa vem contribuindo para o engajamento cada vez mais efetivo da sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Nas empresas, no entanto, o câncer de mama e todas as implicações que a doença e o tratamento representam para a profissional configuram-se como um tema sensível que necessita de reflexões, mudanças de paradigma e ações por parte da área de Recursos Humanos.

 

Diagnosticada com câncer de mama, Roberta Nunes Barbosa passou por tratamentos e venceu a batalha contra a doença. Gerente de Regionais da ABRH-SP, ela não apenas fala com propriedade sobre o assunto, como reforça a necessidade de debater a realidade da pessoa com câncer no ambiente corporativo.

 

Roberta destaca os dados de uma pesquisa realizada em parceria pela ABRH-Brasil sob a coordenação do Go All, coalizão formada por ONGs e empresas do setor farmacêutico em prol do acesso a tratamentos oncológicos. Segundo o levantamento, 58% das empresas não possuem práticas de prevenção, acompanhamento, tratamento e reinserção de colaboradores com câncer.

 

No recorte deste estudo, a gerente da ABRH-SP ressalta que apenas 9% das companhias mantêm práticas consolidadas em relação à doença, enquanto 11% aplicam ações que necessitam de aprimoramento. “Do total, somente 17% realizam campanhas ou disseminam informações com frequência sobre o câncer entre seus colaboradores”, observa.

 

A atuação do Recursos Humanos sobre o tema, na visão de Roberta Nunes Barbosa, pode ser abordada sob várias perspectivas. “Primeiramente, temos o RH no papel de incentivar os profissionais das organizações para a prevenção e o autocuidado”, diz.

 

Diante do diagnóstico de câncer, a gerente considera imperativa a sensibilidade do setor para acolher as mulheres em tratamento. “Neste ponto, eu destaco minha própria experiência e chamo a atenção para importância do acompanhamento de alguém próximo e do conforto que tive quando meu marido se afastou do trabalho para estar comigo nas sessões de quimioterapia”, conta. “O Brasil não dispõe de uma legislação específica para afastamento do acompanhante no tratamento do câncer, mas considero que isto seja fundamental. O câncer é uma doença que afeta toda a família.”

 

Retorno ao trabalho

Com a evolução e a eficácia dos tratamentos, as perspectivas de uma paciente com câncer de mama voltar a atuar profissionalmente são cada vez maiores. Neste sentido, observa Roberta Nunes Barbosa, as empresas precisam estar preparadas para lidar com esta realidade.

 

Vários estudos internacionais têm contribuído para a melhor compreensão das dificuldades que envolvem a retomada do trabalho para a paciente com câncer. No Brasil, vale destacar a pesquisa do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O levantamento revela que a taxa de retorno de mulheres após dois anos do diagnóstico de câncer de mama é de 60%. Comparativamente, nos Estados Unidos e na Europa, supera os 80%.

 

A gerente da ABRH-SP destaca no estudo do Icesp a falta de ajustes no ambiente de trabalho. “A profissional que retoma o trabalho após o tratamento necessita que o RH tenha um olhar humanizado sobre ela. E isso envolve atenção psicológica, valorização da autoestima da colaboradora e compreensão sobre a profissional que naquele momento passa por muitas dificuldades, inclusive materiais, por estar dispondo de dinheiro e outros recursos para se tratar”, afirma.

 

Na pesquisa do Icesp, somente 29% das pacientes participantes afirmaram que conseguiram algum tipo de flexibilização para realizar suas tarefas. “Estamos diante de uma questão fundamental, que cabe perfeitamente nas modalidades de trabalho aceitas e aprimoradas na atualidade”, diz. Para Roberta Nunes Barbosa, o trabalho realizado em home office, por exemplo, é de grande importância para quem está em tratamento ou retomando gradativamente suas atividades presenciais na empresa. “Mais uma vez, compartilho aqui a minha experiência: prevendo os dias de quimioterapia, que eram os mais difíceis, eu conseguia organizar com antecedência a entrega das demandas, sem necessariamente ter que realizar as tarefas no momento em que estava mais fragilizada, convivendo com os efeitos colaterais do tratamento.”

 

Como reflexão final, a gerente da ABRH-SP observa que a pessoa que se recupera do câncer não deseja ser apartada do trabalho. “Na volta à rotina das organizações, a profissional, mais que nunca, quer continuar desempenhando bem o seu papel. Mas para isso, é importante que ela seja respeitada e acolhida”, diz. “Digo ainda mais uma vez que o olhar sensível do RH é fundamental neste longo processo de recuperação e cura”, finaliza Roberta Nunes Barbosa.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (03 de Outubro de 2022)

 

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