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Segurança psicológica nas organizações faz toda a diferença

Tema que vem sendo debatido há mais de 20 anos, mas só recentemente ganhou destaque no Brasil, a segurança psicológica nas organizações foi assunto do webinar realizado no último dia 25 pela ABRH-SP. O evento teve como palestrantes as Chiefs Human Connector do Instituto Internacional em Segurança Psicológica, Patrícia Ansarah e Veruska Galvão. Edna Bedani, diretora de Conhecimento e Aprendizado da ABRH-SP, e Luiza de Paula, diretora de Inclusão e Diversidade da Regional Campinas, fizeram a moderação do webinar.

 

“Estamos vivendo um contexto de mundo muito complexo e sem precedentes. Então, a segurança psicológica se torna mais importante ainda, porque traz o componente emocional para o mundo dos negócios, o que é uma mudança de mentalidade”, começou dizendo Patrícia. Além disso, segundo ela, vivemos em um contexto no qual as organizações estão sendo muito convidadas a inovar para se manterem no mercado, e a segurança psicológica traz esse espaço de inovação, porque agrega um componente de abertura para percepções diferentes que as pessoas têm a fim de poder tomar decisões de forma mais inteligente. 

 

Patrícia mencionou o Projeto Aristóteles conduzido pelo Google de 2012 a 2015, responsável por tornar famoso o tema da segurança psicológica. Nesse projeto, foram cruzadas mais de 180 informações de todos os funcionários do Google para verificar quais seriam os elementos que indicariam times de alta performance. Foram descobertos cinco padrões, sendo que o padrão número 1 foi o da segurança psicológica, em que os membros da equipe sentem-se seguros em arriscar e serem vulneráveis na frente de seus colegas. 

 

“Uma conclusão importante do projeto foi a de que nenhum time é de alta performance se não tiver segurança psicológica. Trata-se de um elemento crucial para a tomada de decisão, para a inovação e para ampliar a capacidade de potencial criativo de um time em um espaço livre de julgamento”, reiterou Patrícia.

 

Mas o que é exatamente a segurança psicológica? As palestrantes se valeram da definição da dra. Amy Edmondson, professora na Harvard Business School, que cunhou esse conceito e estuda o tema há mais de 20 anos: “É a crença compartilhada pelos membros da equipe de que a equipe é um ambiente seguro para se tomarem riscos interpessoais”. Portanto, nada a ver com algo abstrato, ou algo como abraçar a árvore, que não é mensurável. Apesar de ter chegado com muita força especialmente no Brasil em uma época de pandemia, também não pode ser confundido com conceitos de saúde mental e de bem-estar.

 

Principais características

Na sequência do evento, Veruska falou das principais características de um time com alta segurança psicológica, de acordo com os estudos da dra. Amy Edmondson:

 

  • As pessoas se sentem seguras, bem e livres para serem elas mesmas no trabalho.
  • Assumem riscos interpessoais, ou seja, assumem o risco de serem elas mesmas, de falarem a respeito do que pensam, de questionar o status das coisas.
  • Manifestam ideias não populares.
  • Criam a cultura de inovação.
  • Há espaços para aprender com os erros, ou seja, não existe uma caça às bruxas por conta dos erros.
  • Confrontam a autoridade sempre que necessário, usando os conflitos de forma saudável.
  • Dão e recebem feedback.
  • Engajam-se em conflitos produtivos.
  • Têm confiança e boa vontade de sempre colaborar e sempre trazer resultados. 

 

Como, então, criar um ambiente psicologicamente seguro? “Uma pessoa sozinha não vai conseguir, é preciso que o time esteja alinhado na criação desse ambiente. E isso pode acontecer por meio dos chamados 7 elementos da segurança psicológica. No entanto, eles não funcionam isoladamente, precisam funcionar todos juntos dentro de um ambiente de trabalho”, ressaltou Veruska, que enumerou os 7:

 

  1. Reagindo a erros. Se você cometer um erro, isso não se voltará contra você. Faz parte do nosso trabalho.
  2. Lidando com as questões. Membros desse time estão aptos a trazer problemas e questões difíceis para a discussão.
  3. Aceitando a diversidade. Membros desse time nunca rejeitam os outros por serem diferentes e pensarem diferente.
  4. Assumindo riscos. É seguro tomar riscos. 
  5. Pedindo ajuda. É fácil pedir ajuda para membros desse time.
  6. Respeito mútuo. Ninguém minimiza o esforço do outro, de forma deliberada.
  7. Apreciação. Membros do time valorizam as contribuições e talentos.

 

E o que o RH pode fazer?

As duas especialistas também falaram sobre como o RH pode disseminar a segurança psicológica nas organizações. Não ter medo de falar sobre o tema, pois o medo inibe o crescimento e a inovação. Ter coragem de desafiar os padrões e o status das organizações. Promover conversas sobre o assunto, por exemplo, questionando como o time lida com os erros, como os integrantes se ajudam, entre outras. Fazer mais perguntas e dar menos respostas. Estar atento ao quanto as políticas, os processos e a gestão de pessoas apoiam a segurança psicológica ou são obstáculos a ela.

 

Além disso, o RH deve colocar o líder no time, tirando-o do pedestal ou do trono onde ele se encontra. Promover a humildade situacional, sendo exemplo desse modelo de segurança psicológica e valorizar e aprender com os erros. “As empresas mais inovadoras do mundo hoje falam sobre os seus erros, não apenas sobre os seus padrões de sucesso”, completou Veruska.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (05 de Julho de 2021)

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