Work from anywhere: Trabalhar de qualquer lugar, uma realidade não tão próxima
Em março do ano passado, quando a pandemia começou, repentinamente, nosso escritório foi alocado para dentro de nossas casas, junto às escolas, médicos, terapeutas, yoga, academias, etc. Tudo passou a acontecer dentro do nosso lar, independentemente de termos 1, 2, 3, 4 ou 5 cômodos, ou da infraestrutura, ou da internet, ou de qualquer outro fator. Foi uma questão importante de saúde.
Jamais tínhamos passado por uma situação como esta. Telemedicina era impensável. Cursos e escola a distância, ainda havia muito preconceito. Yoga online, academia online não passavam pela cabeça de ninguém, de tão absurdos que pareciam. Trabalhar de casa, eventualmente poderia acontecer. Terapia online, somente em casos de atendimentos além das fronteiras. As empresas mais conectadas com a qualidade de vida permitiam que seus colaboradores trabalhassem de casa até uma vez por semana, mas essa situação nem sempre era vista com tanta naturalidade. Se houvesse uma reunião, essa pessoa certamente sairia perdendo bastante com relação à participação e conexão com o que estava acontecendo no escritório.
Tabus estes que tiveram de ser quebrados para que pudéssemos continuar produzindo, cuidando de nossa saúde e evoluindo de alguma forma, apesar da pandemia. Assim, os corações dos trabalhadores se encheram de esperança: e se eu puder continuar trabalhando na mesma função, mas do interior? E se eu puder continuar fazendo o que eu faço, mas de outro estado? E se eu puder continuar no mesmo emprego, mas morar em outro país?
Benchmarkings e estudos sobre como concretizar o Work from Anywhere (WFA) surgiram e, com eles, mais dúvidas do que respostas:
Como ficam ergonomia, benefícios, contrato de trabalho, horas, jornada de trabalho, acidentes de trabalho, seguro saúde, previdência social, etc.?
Há vistos que permitem trabalhar em um país e morar em outro?
Faz sentido pagar a remuneração, em reais, para um colaborador que gastará em outra moeda?
Há questões de estabelecimento permanente ou prestação de serviços?
As ferramentas tecnológicas são adequadas?
Como serão as declarações de imposto de renda nos países envolvidos?
Como será a interação entre times? E o café ou bate-papo no corredor, onde surgem grandes ideias e inovações?
Como criar uma cultura a distância? Quem são nossos colaboradores? E a diversidade e inclusão? Como lidar com a flexibilidade?
O que é qualidade de vida? O mesmo conceito é aplicável a todos?
Diante de tantas perguntas, vale a conscientização de que ainda não estamos maduros o suficiente para encararmos o trabalho de qualquer lugar em sua plenitude. Ainda há um longo caminho a ser percorrido em termos de legislação, remuneração, tecnologia, cultura, etc. No entanto, de imediato, podemos e devemos pensar em formas de trabalho mais flexíveis, equilibradas, que não prejudiquem a empresa e que permitam ao colaborador customizar a integração entre vida pessoal e profissional, dando oportunidade para que cada um construa o seu próprio conceito de qualidade de vida.
Por Débora Bigio, integrante do Grupo de Estudos Mobilidade Global de Pessoas (2020), da capital paulista
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