OS CEOs ESTÃO DESAPONTADOS COM SEUS GESTORES DE RH
Em sua provocação, publicada na Harvard Business Review, Ram Charam afirma que executivos de RH não compreendem como é feita a tomada de decisão, são incapazes de atender às demandas dos CEOs, além de não entenderem de negócios e como o mercado funciona. Nessa linha de pensamento, profissionais de RH que passaram antes por outras áreas – finanças, vendas ou produção – entenderiam melhor as corporações. O que você acha? As opiniões de Charan não são nada dispensáveis. Ele é famoso por apresentar em seus livros – quinze até o momento – soluções factíveis e globais, com base no conhecimento adquirido durante 35 anos de estrada.
Esse artigo polêmico será o tema do encontro que acontece daqui a exatos sete dias na Fundação Getulio Vargas, promovido pela Regional Metropolitana Oeste da ABRH-SP. O tema está bem vivo nas discussões internas e entre empresas e, quanto mais abordarmos o core business do RH, mais argumentos teremos para rebater o papa do assunto, no momento certo, e provar para todos a importância da área.
Sem a intenção de questionar a formação de meus pares, digo que quem conseguir aliar a habilidade com pessoas à gestão de negócios é o cara!
A função aglutinadora do RH em relação à cultura corporativa e aos valores e o olhar neutro sobre a própria empresa contribuem para formar a identidade da organização.
Lembrei-me de um método que ganha força, conhecido como Management by Walking Around – gerir andando perto, quer dizer, quando o chefe põe a mão na massa e faz ele mesmo o trabalho. Essa metodologia ressalta a distância e o descompasso entre a cúpula e o restante dos funcionários e possibilita descobrir oportunidades difíceis de serem percebidas por quem fica trancado no escritório.
Parece que estamos dizendo para o profissional de RH fazer uma espécie de jornada dupla ou que ele tem de estudar em dobro, mas não é isso. O que o RH tem de fazer é observar com atenção como as outras áreas funcionam e ouvir mais. Assim, chegaremos ao ponto de sermos reconhecidos como área geradora de valor para as organizações, mas temos muito a caminhar ainda.
Como é importante ouvir e interagir, sugiro aprendermos ouvindo profissionais de outras áreas que chegaram ao posto máximo do RH como Matheus Cotta de Carvalho, do Banco Votorantim, e Luís Gustavo Vitti, da Heinz Brasil. Este último estará no evento no próximo dia 27. Espero vocês!
Por Mário Faccioni Junior
Fonte: Folha de Alphaville – 20 de fevereiro de 2015
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