TRABALHO TEMPORÁRIO NA CRISE: NÃO DESISTA!
Você aposta em dezembro com lojas cheias ou vazias? Para Fernando Calvet, presidente da Confederação Latino Americana de Trabalho Temporário e Terceirização de Serviços, “vamos ter uma queda de valores comercializados e não de itens vendidos. As pessoas não vão deixar de comprar, mas vão optar por produtos mais baratos”.
Fique atento, currículo na mão, e pesquise: com lojas mais cheias, segundo ele, pode ser necessário contratar de última hora e não vai dar muito tempo de treinar e selecionar. “Os temporários ajudam nos setores como pacote, estoque e na reposição de mercadorias, que tornam a vida do consumidor mais confortável”, relata. A qualidade desse serviço não é dispensável.
Fernando defende que, mesmo no momento difícil que estamos vivendo, “os empresários não podem deixar de acreditar e de investir. Quando eles recuam, tornam a crise ainda pior. O problema é que, por uma questão de cultura histórica dos brasileiros, as crises são ‘amenizadas’ com corte de mão de obra. É preciso ter bom senso. Se o empregador aposta no caos e tenta reduzir custos demais, pode prejudicar ainda mais o negócio”.
Se pela análise do sindicato, a mão de obra é a primeira a ir para o sacrifício em tempos de crise, a bandeira da entidade, que defende leis menos rigorosas para as contratações, poderia ajudar muito nessa época. As palavras-chave são flexibilização e modernização.
Atualmente, a lei permite a contratação de temporários sem motivo justificado somente em dois casos: aumento comprovado de serviço e substituição do pessoal permanente. O sindicato quer mudar isso.
“A gente luta para incluir o jovem no trabalho temporário sem motivo. É bom para o empregador que não terá tantos custos e ótimo para o funcionário. Ele vai usar a oportunidade para conhecer a função, treinar, se capacitar. Se tivesse uma lei que facilitasse isso, hoje poderíamos ter outro cenário de contratações.”
Enquanto isso não acontece, as dicas são: foco nas oportunidades, perseverança e preparar-se constantemente para entrevistas. “Se o candidato sabe quem ele é, o que ele quer e está pronto, certamente vai ter grandes chances de conseguir o que procura”, finaliza Fernando.
Outra observação importante: as vagas temporárias nem sempre vão para os bancos de empregos, principalmente quando o tempo para preencher é curto. Então, não dá pra ficar de olho só nos mecanismos online. Precisa mesmo bater perna. O velho cartaz na porta e distribuir contatos pessoalmente. Isso já mostra uma das características mais desejadas do mercado: iniciativa.
Fonte: Folha de Alphaville – 13/11/2015