Em formato ampliado, a 4ª edição do CHRO Fórum – Conferência & Expo consolida um dos maiores e mais relevantes eventos para lideranças de Recursos Humanos no Brasil. Realizada nos dias 24 e 25 de outubro, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo (SP), a jornada foi conduzida a partir do macrotema “O futuro é humano”. Em keynote sessions e painéis, o fórum reuniu grandes nomes do setor. O evento também reservou uma área de exposição dedicada a inovações e soluções para a gestão de pessoas.
“A 4ª edição do CHRO Fórum superou expectativas tanto em adesão de público quanto em qualificação e experiência dos participantes”, afirmou Luiz Drouet, presidente da ABRH-SP. “Recebemos muitos feedbacks positivos em relação ao conteúdo dos dois dias de evento. É um formato que se consolida para futuras edições”, completa.
Primeiro dia
Um dos destaques na 4ª edição do CHRO Fórum, Luani Alvarado, CHRO da Kenvue, abriu o evento no dia 24 de outubro com a palestra “O agora do futuro do trabalho”. A executiva global é reconhecida na área de Recursos Humanos com uma carreira notável na Kenvue, empresa focada em produtos de consumo e saúde, anteriormente parte da Johnson & Johnson. “Propósito, valores e comportamentos têm que ser congruentes com a cultura que estamos construindo”, afirmou Luani Alvarado em sua keynote session.
No período da manhã, foram programados quatro painéis simultâneos, conduzidos por quatro trilhas que proporcionaram discussões com a participação ativa do público sobre temas essenciais.
Na trilha “É tudo sobre pessoas”, Alessandra Araújo (Bio-inspirations) agregou contribuições relevantes a partir do tema “O que podemos aprender com a natureza em nossa jornada como líderes”. Referência em biomimética e sustentabilidade no Brasil, com sólida formação em biologia e vasta experiência em urbanismo e inovação, Alessandra compartilhou com os participantes do evento uma reflexão importante. “Não há como ter diversidade e não ter colaboração. Colaboração é o que rege a vida, muito mais que a competição”, destacou.
O “Futuro do trabalho”, outra trilha bastante concorrida no CHRO Fórum, reuniu quatro profissionais em torno do assunto “Trabalho remoto & modelos flexíveis”. Letícia Coletto trouxe a experiência da Recarga Pay: “Uma vez a cada dois meses criamos o inventivo do ‘Meet Your Neighbour’, em que nossos colaboradores se reúnem em coworking numa região em comum com a equipe, e o almoço é por nossa conta. Foi uma forma que encontramos de promover a interação entre as pessoas.”
Também participante da trilha, Priscilla Siqueira compartilhou uma proposta colocada em prática na Wellhub. “Nós incentivamos que os nossos colaboradores façam exercício físico, terapia e mantenham a saúde em dia”. Neste sentido, completa: “Orientamos a liderança a propor atividades que combinam produtividade com algum exercício físico, como uma reunião de alinhamento seguida de uma partida de beach tennis.”
Renata Souza trouxe para a trilha um modelo aplicado na TOTVS. “Construímos um modelo de trabalho junto, com espaço para diálogo e muita confiança em nossa equipe”, afirmou. “Somos uma empresa pragmática, dando espaço para escuta, baseando nossas decisões em critérios de feedback de nossos líderes.”
Sylvia Hartmann (Remota), também participante, contribuiu com uma importante ponderação sobre o tema. “Quando há confiança, bom senso e maturidade, não é necessário desenvolver modelos rígidos de trabalho”, afirmou. No entanto, a especialista completa dizendo que “criar diretrizes também ajuda a reduzir a ansiedade do colaborador”.
Na trilha “Inovação e tecnologia”, Sandro Araújo (Gartner) trouxe insights sobre o tema “Prioridades, tecnologia e uso de dados em RH”. O executivo com 35 anos de experiência tem como foco o desenvolvimento de iniciativas estratégicas e apoio a executivos de Recursos Humanos para alinhar a função com a estratégia corporativa. No CHRO Fórum, Araújo provocou os participantes com a seguinte reflexão: “Em média, 80% dos colaboradores não estão preparados para suas funções atuais ou para as que podem vir no futuro.”
Na trilha “ESG & DEI”, o tema “Salário digno – Valorizando o trabalho e engajando talentos” contou com a moderação de Maria José Tonelli, professora titular do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da FGV EAESP. Como participante da discussão, Gleycia Leite (Natura & Co) compartilhou com a plateia um insight relevante: “Salário digno e equidade fazem parte de uma rede de prosperidade. Salário e dignidade geram movimento e comoção”. Representante da ONU (Organização das Nações Unidas), Flávia Vianna acrescentou ao debate: “Nosso papel como pacto global da ONU é trazer as metodologias referenciadas.”
A segunda keynote session do dia, “Ancestrais do futuro”, foi conduzida por Grazi Mendes (Ela/Ella/She/Her). Uma das 100 principais futuristas e inovadores globais de 2024 e head LATAM de Diversidade, Equidade e Inclusão na ThoughtWorks dividiu com os participantes do evento um pensamento essencial: “Para saber se você é um bom ancestral do futuro, analise se as coisas se tornam mais bonitas e melhores após a sua passagem.”
Da mesma forma que no período da manhã, à tarde quatro trilhas com painéis simultâneos mobilizaram os debates que contaram com contribuições do público.
Na trilha “É tudo sobre pessoas”, o tema “Redes de influência – Uma análise real da colaboração entre pessoas nas empresas” teve a mediação de Miguel Nisembaum, especialista em Liderança Positiva e Estratégia. Como reflexão, Angelo Fanti (Refrescos Sorocaba) disse: “Todos são importantes num ambiente colaborativo: desde os mais periféricos até os mais centrais, todos trabalham juntos.” Maria Alice Jovinski (Epharma) convidou os participantes a opinar quando afirmou que “um bom feedback deve ser baseado em dados, não em percepção”. Paula Giannetti (Unipar) também contribuiu para o desenvolvimento do tema: “Ter ferramentas e fazer as perguntas certas nos ajudam a descobrir os principais agentes de colaboração dentro da empresa.”
“Open talent: economia Gig, trabalho freelance e trabalho real” foi o assunto condutor da trilha “Futuro do trabalho”, que contou com a moderação de Olivia Gryschek (FEA Angels) e reuniu Luciana Carvalho (Chiefs.Group/Blip), Cecilia Lanat (Chiefs.Group) e Danielle Mattos (Indique uma Preta).
“Quando não se tem um modelo de gestão eficaz, torna-se impossível realizar a gestão do conhecimento”, afirmou Luciana Carvalho. Cecilia Lanat acrescentou: “No Brasil, é necessário educar sobre o que é o futuro do trabalho.” Como contribuição Danielle Mattos trouxe a seguinte observação: “Estamos passando por um momento de transição. O modelo de vida que estamos adotando atualmente não nos levará adiante.”
Na trilha “Inovação e Tecnologia”, Frederico Lacerda (ABRH-SP/Pin People) moderou o debate “Quando a combinação de tecnologia e RH funciona, a empresa agradece”. Em sua participação, Ana Carolina Furtado (Alpargatas) trouxe uma experiência aplicada na empresa. “Conseguimos desenvolver um PDI 100% com IA na Alpargatas, para todos os 100 colaboradores da área de tecnologia”, contou. Fabio Barbagli (PepsiCo) contribuiu com uma ponderação fundamental: “É preciso trazer a tranquilidade de que não terá tranquilidade na jornada de evolução.”
O tema da trilha “ESG & DEI” não poderia ser mais oportuno no evento. “As conquistas da pauta DEI não podem parar!” contou com a moderação de Carolina Ignarra, CEO e sócia-fundadora do grupo Talento Incluir, que observou: “Vivemos uma realidade e plantamos uma semente. A pauta DEI não é uma colheita imediata.”
Como participante do debate, Gabriela Augusto (Transcendemos) destacou a relevância de ações de conscientização nas organizações. “É importante que hoje, mais do que nunca, invistamos em ações de conscientização para que não percamos espaço na esfera social”, disse. Em sua contribuição, Samuel Felicio (TTI) afirmou que em toda discussão a respeito de Diversidade, Equidade e Inclusão opiniões são bem-vindas, “desde que sejam legais e não desumanizantes”.
Margareth Goldenberg (Goldenberg Diversidade) abordou a situação de mulheres com mais de 60 anos. “As mulheres acima de 60 anos enfrentam uma discriminação muito maior que os homens. O cabelo branco dos homens, por exemplo, é frequentemente visto de maneira positiva, enquanto as mulheres enfrentam pressões estéticas e estigmas relacionados ao gênero, etarismo e machismo”, pontuou.
Engajamento
No segundo dia do CHRO Fórum (25 de outubro), o evento trouxe a pesquisa “Por que engajar será o maior desafio do RH em 2025 – Descobertas inéditas do Engaja S/A, primeiro índice de engajamento de funcionários do País”.
Sobre o levantamento, Paul Ferreira, responsável pela metodologia do Engaja S/A declarou: “Existem diferenças regionais, desigualdades, variações geracionais e diversos modelos de trabalho que influenciam significativamente os níveis de engajamento dos brasileiros.”
A pesquisa revelou que 68% dos colabores não estão engajados com a empresa. O levantamento mostrou ainda que o modelo híbrido é o que mais motiva e engaja (54%), seguido de remoto (46%) e presencial (42%).
Segundo dia
A primeira palestra do dia 25 de outubro, “IA e o Futuro do RH – Como a Inteligência artificial pode impactar na estratégia da gestão de pessoas”, foi conduzida por Michelle Slater. Diretora sênior de Marketing da Região das Américas no Indeed, a keynote speaker compartilhou insights sobre a transformação da gestão de pessoas por meio da inteligência artificial.
Embora a IA já faça parte do cotidiano, Michelle destacou que o ser humano ainda é mais inteligente que esta tecnologia. “Tudo será transformado com a inteligência artificial, mas a IA não vai tirar empregos. O toque humano é o início e o final, a abordagem e o resultado”, afirmou.
Pela manhã, a trilha “É tudo sobre pessoas” mobilizou discussões em torno do tema “Saúde Mental – Como fazer as pazes com sua organização”. Na condução das discussões, Mariana Clarck (Humanizar Consultoria) deixou um importante insight: “Dor que pode ser compartilhada é uma dor que pode ser diminuída.”
O debate “Skills do futuro”, apresentado na trilha “Futuro do trabalho”, contou com a moderação de Luiz Drouet, presidente da ABRH-SP. Em sua participação, Patricia Araújo (Mercado Livre) destacou a necessidade de alcançar os jovens e integrá-los ao mercado, “ensinando todas as habilidades necessárias para se tornar um bom profissional”. Suzie Clavery (TotalPass) afirmou que “o futuro não é só sobre tecnologia; é sobre propósito”. Vanessa Togniolli (CI&T) acrescentou que “não existe um futuro só; existem diversas possibilidades”.
Na trilha “Inovação e tecnologia”, Antônio Salvador (CHRO) e Maria Carolina Gomes (Hospital Alemão Oswaldo Cruz) debateram o tema “E se Recursos Humanos liderar a transformação digital?”. Segundo Salvador, “a capacidade de decisão analítica tomada dentro da organização é desafiadora quando não há tecnologias integradas”. Em sua reflexão, Maria Carolina Gomes destacou estratégias para a melhoria contínua. “Saber pedir, disciplina de gestão, discussão sobre prioridades e tecnologias que podem atuar em conjunto”, enumerou.
“O papel estratégico dos CHROs NO e COM o comitê de pessoas” foi o tema da trilha “ESG & DEI”, que teve a moderação de Guilherme Cavalieri, conselheiro da ABRH-SP. “Se pegarmos os últimos 30 anos, o desenvolvimento de liderança sempre esteve presente como tópico de prioridades e continua em voga até hoje”, destacou. Como participante, Ana Silvia Matte (Conselheira) apresentou ao público a seguinte consideração: “Quanto mais high tech, mais importante se torna o high touch.” Para ela, a cada nova atividade tecnológica que desperta preocupação, cabe ao CHRO equilibrar as mudanças. Jaime Almeida (FESA Group) fez uma recomendação à plateia: “Quem deseja seguir a trilha de conselhos deve considerar uma passagem pelo terceiro setor.” Marco Santana (ERX Consulting) trouxe para o debate a percepção de que “a chave está menos na parte técnica e mais na conexão com a estratégia.”
Nos painéis simultâneos programados para o período da tarde, a trilha “É tudo sobre pessoas” trouxe para a discussão “Novos modelos de trabalho que precisam estar na pauta da liderança de RH”. Ian Nunjara (MSD) destacou que “novos modelos de trabalho precisam estar na pauta da liderança de RH”. Katy Zambotto (Natura & CO) disse: “Precisamos exercitar o olhar crítico para podermos estar no melhor lugar e onde mais precisam de nós.” Roberta Faria (MOL Impacto) contribuiu com uma reflexão essencial: “A semana de quatro dias é sobretudo sobre disciplina.” A moderação foi de Renata Rivetti, fundadora da Reconnect Happine At Work, que convidou os participantes a ponderar: “É preciso redesenhar o tempo e o trabalho para focar mais nas habilidades de cada pessoa.”
Na trilha “Futuro do trabalho”, o tema “Longevidade: Economia prateada e o trabalho de DE&I contribuindo com a longevidade criativa” contou com a moderação de Tatiana Romero (Ticket). Como participante, Cléa Klouri (Data8) observou que “o fluxo de planejamento tradicional (estudar, trabalhar e se aposentar) está caindo em desuso. Hoje é normal que as pessoas 50+ não parem de trabalhar”. Mórris Litvak (Maturi) observou que “estamos passando por uma mudança global, com a população envelhecendo e a força de trabalho também”. E acrescentou: “É preciso ter um olhar estratégico, partindo da educação: letramentos, palestras e workshops.” Pedro Pittella (Sanofi) participou do debate dizendo que “o RH não trabalha só para o hoje e precisa preparar a organização para o futuro”.
Na trilha “ESG & DEI”, a discussão “Inclusão produtiva: Potencializando talentos, resultados e transformando vidas” contou com Carlos Domingues (PepsiCo) como moderador. Em sua contribuição para o debate, Ana Carolina Flório (B3) convidou a plateia a pensar: “Como mensurar a inclusão? Não estamos apenas lidando com pessoas, mas com um ecossistema. As amostras são apenas recortes: é por meio do mapeamento qualitativo que podemos realmente evoluir.” Kaique Júlio (Juventudes Potentes) fez outra ponderação: “Como posso acolher o jovem que não atende aos requisitos das métricas do recrutador? Não buscamos facilidade, mas sim acolhimento.” Para Nayara Bazzoli (Juventudes Potentes), “a inclusão produtiva começa na escola. Se essa criança não está preparada, ela está perdendo a competição”.
Na segunda palestra que marcou o final do CHRO Fórum, Laura Kroeff, VP de Strategy & Impact na Box1824, abordou o tema “Gerações”, apresentando uma análise profunda sobre as transformações sociais e empresariais diante da IA generativa. Ela também ofereceu uma visão clara a respeito dos desafios e oportunidades que moldarão o futuro dos negócios e da sociedade. E lembrou: “O Brasil lidera hoje o uso de IA no mundo.”
De acordo com Luiz Drouet, o CHRO Fórum – Conferência & Expo constituiu o fechamento de ciclo de uma gestão iniciada em 2022 para fortalecer a ABRH-SP no mercado. “Estamos muito orgulhosos do que construímos e do legado que deixamos”, finalizou.
Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (28, outubro de 2024)