4º Fórum Pessoa com Deficiência foi um sucesso
Realizado pela Regional Metropolitana Oeste da ABRH-SP na última quarta, no Centro de Eventos de Barueri, o 4º Fórum Pessoa com Deficiência: Além da Lei de Cotas foi um sucesso pelo público presente, de mais de 250 pessoas, e pelo conteúdo de alto nível apresentado nos três blocos: Gestão da legislação, Gestão do dia a dia da inclusão – Ações que vão além da Lei de Cotas, e Gestão da inclusão sob o olhar da funcionalidade, acessibilidade e saúde do trabalhador.
Presidente da ABRH-SP, Theunis Marinho abriu o evento lembrando do histórico do fórum, cujas edições anteriores foram realizadas em Campinas, Americana e Sorocaba, sempre com muito sucesso. Ele destacou o trabalho de Luiza de Paula, diretora de Sustentabilidade da Regional Campinas: “Luíza é o coração desse fórum”. Theunis ressaltou ainda a importância das discussões e da disseminação da informação para fortalecer a cultura da inclusão nas empresas e a importância das pessoas, que são a mola propulsora para que isso aconteça.
Conteúdo
A apresentação de uma pesquisa sobre engajamento das pessoas com deficiência no mercado de trabalho foi um dos destaques da programação do evento. De acordo com o estudo, as empresas que prepararam a cultura interna para acolher profissionais com deficiência chegaram à conclusão de que eles produzem muito mais.
Outro destaque foi a apresentação de cases de empresas que incluem as pessoas com deficiência na prática, com o testemunho de jovens inseridos nesses programas. Foram compartilhadas as experiências do McDonald´s, da Meritor e da Specialisterne, empresa dinamarquesa que atua na inserção no mercado de trabalho das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), síndrome de Asperger e diagnósticos similares.
Diretor de RH da Arcos Dorados (operadora do McDonald´s no Brasil e na América Latina), Marcelo Nóbrega assinalou que o primeiro emprego é o negócio da companhia, pois 80% dos funcionários conseguiram a primeira vaga no mercado de trabalho no McDonald´s. “Não exigimos nenhuma qualificação prévia e não temos nenhum tipo de distinção, por isso há muita diversidade nos nossos restaurantes”, completou.
Gestora de Medicina do Trabalho da Atento Brasil, a médica do trabalho Daniela Bortman falou, no terceiro bloco, do acidente de automóvel que a deixou tetraplégica aos 23 anos, da decisão de retomar a faculdade de medicina e da luta diária pela inclusão até se formar e se capacitar para atuar como médica do trabalho, contrariando a maioria dos que achavam que ela poderia trabalhar no máximo como psiquiatra.
“Pelo medo do desconhecido, quantos talentos a gente desperdiça? Ninguém precisa saber o que uma pessoa com deficiência é capaz de fazer, mas a gente pode ir atrás e pesquisar para saber a capacidade de trabalho dessa pessoa”, concluiu Daniela.
Balanço
“O fórum foi um momento de reflexão sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Foi importante analisar os depoimentos e ver como é possível incluir com sucesso e entender quais os problemas que as empresas passam para que, junto com governo, organizações do terceiro setor e a sociedade, possam encontrar caminhos”, avalia Mário Faccioni Jr., diretor da Regional Metropolitana Oeste.
Para Roberta Nunes Barbosa, gerente de Relacionamento com as Regionais da ABRH-SP, a realização do encontro anual é muito importante, pois promove a sinergia das áreas pública, privada e institucional em torno da causa, fomentando a cultura da inclusão e promovendo a participação efetiva da pessoa com e sem deficiência no mercado de trabalho. “Abordamos o tema sem paternalismo e com muita responsabilidade, trazendo informações relevantes para que os participantes se questionem sobre como incluir essas pessoas para uma produtividade com qualidade e com perspectiva de crescimento pessoal.”
Envolvida com a organização do fórum desde a primeira edição, Luiza de Paula diz que objetivo do evento sempre foi entender as ações de inclusão além da Lei de Cotas, dando espaço para as empresas e também para as pessoas com deficiência contratadas. Ela viu como uma evolução que uma das principais questões discutidas neste ano tenha sido a contratação com foco nas potencialidades e competências de cada um, não nas funcionalidades.