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Carreira movida a desafios

Originária do mercado de seguros, Rosana Lima passou por empresas como Icatu, MetLife, Unibanco AIG e Notredame Intermédica até chegar a Admix, onde foi contratada para promover a área de Canais. Foram dez anos na empresa, passando por diversas áreas até se tornar CEO da companhia. Com a aquisição da Admix pela Aon, oficializada em janeiro de 2017, Rosana, agora Vice-Presidente Executiva de Saúde e Benefícios da Aon Brasil, tem novos desafios. Na entrevista a seguir, ela fala mais sobre sua carreira e as questões relacionadas à liderança feminina.   GP – Quais dificuldades você enfrentou para chegar à sua posição?  RL – A primeira dificuldade foi saber o que escolher. Quando você é mãe, dona de casa e executiva, tem que fazer escolhas. A maior delas foi sobre como lidar com isso tudo. Tenho uma premissa de que a qualidade é mais importante do que a quantidade de tempo com os filhos. Foi difícil fazer essas escolhas, já que eu tenho três filhos e duas enteadas, mas procuro ter qualidade, o tempo que eu tenho com eles é deles. É uma característica feminina na carreira ser movida por desafios, muito mais do que pelo cargo. E, para me encaixar no universo corporativo, ainda muito masculino, tive que me adequar para continuar a fazer os olhos brilharem pelos desafios. Esses foram os grandes pontos que tive de trabalhar e desenvolver ao longo da minha carreira. GP – Você teve a experiência tanto em empresas nacionais quanto estrangeiras. Você sentiu alguma diferença por ser mulher? RL – A diferença está muito mais nos processos. Honestamente, nunca fui uma pessoa de me rotular pelo gênero, ou rotular meus superiores, pares ou subordinados pelo gênero. Nunca me senti nem menos nem mais por ser mulher. Em vez disso, sempre procurei entender as diferenças e saber como me encaixava nesse universo corporativo. Todas as escolhas que eu fiz ao longo da minha carreira foram muito mais pensando no que aquilo acrescentaria no meu mapa pessoal e profissional, em termos de experiência, exposição e do que eu poderia desenvolver dali pra frente.   GP – Como vê as questões de gênero dentro da Aon? RL – Eu vejo as oportunidades abertas na Aon, independentemente do gênero. O profissional tem que ser bom e ter entregas, desde que isso aconteça, o gênero não importa. Assim como a empresa me acolheu como mulher e me nomeou Vice-Presidente para assumir os desafios das áreas de Saúde e Benefícios, acredito e vejo a Aon como uma grande geradora de oportunidades. Por exemplo, dos oito integrantes do nosso Comitê Executivo, três são mulheres. Já em cargos de liderança, entre gerentes e diretores, elas representam entre 20% e 25% do total. E estamos buscando ativamente melhorar esse número. GP – Como vê o avanço do mundo corporativo na questão de igualdade de gêneros? RL – Acredito que o mercado de trabalho está avançando para acolher melhor as mulheres. E o próprio avanço do mundo coloca uma pressão natural para que essas mudanças aconteçam. O ambiente corporativo precisa de diversidade e isso tem de estar na cultura da empresa, que é pautada pela liderança. O homem tem uma tendência a tomar decisões mais pontuais, focadas, objetivas. A mulher procura ter uma amplitude maior, mais diversidade e subjetividade. A mulher é mais detalhista. E não entenda como defeito ou qualidade, são características diferentes, mas ela consegue olhar diferentes processos ao mesmo tempo fazendo uma análise mais sistêmica, se comparado ao olhar masculino, que é mais pragmático, mais objetivo e direto na tomada de decisão. Por isso, eu gosto de balancear as equipes, porque existe uma complementariedade que, sabendo gerenciar, é riquíssima para qualquer empresa. GP – O que ajuda as mulheres a “sobreviverem” e crescerem dentro do mundo corporativo? RL – Principalmente, não perder a essência. Muitas vezes nós vemos profissionais procurando se descaracterizar para serem aceitas em um mundo mais masculino. É preciso conservar a essência, ser o que é, ter consciência do que a motiva na carreira, que tipo de ambição, que tipo de posicionamento. E ter a habilidade de compreensão do outro.         Fonte: O Estado de São Paulo, 30 de Julho de 2017.

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