As empresas reconhecem o desafio atual de lidar e respeitar perfis diferentes de pessoas. A inclusão da diversidade (seja racial, de gênero, religiões...) é urgente, sendo que já há a convivência de quatro gerações no mesmo ambiente. Seus gestores sabem o quanto ganham com essa pluralidade, financeiramente e com um ambiente mais humano, o que engaja e amplia a criatividade. Nesse cenário, o RH é estimulado para a contratação de uma diversidade de perfis humanos com seus caleidoscópios próprios pelos quais olham o mundo.
Com diferentes pensares e atitudes, conflitos são inevitáveis. Mas não aquele rotulado popularmente (e erroneamente, reforço aqui) como negativo. Ter posições diferentes no mesmo ambiente é salutar: pode não haver certo ou errado, pode haver um consenso ou concessão, pode haver a construção de uma terceira opinião, e outra e até melhor.
A questão não é o conflito em si, mas a violência com a qual reagimos ao dito “diferente”. Como violência entendemos a física (o dedo em riste ou o dar de ombros), a expressa na voz (aquela frase do líder dita em volume forte para todos ouvirem sua insatisfação), ou a violência verbal das palavras escolhidas.
Lógico que esses são comportamentos evidentemente violentos nos conflitos. Mas a Comunicação Não Violenta (CNV), que para mim é uma filosofia muito ampla de conexão humana e de possibilidade de diálogos profundos, nos mostra que a violência pode estar muito antes daquilo que expressamos. Ao lidar com a diversidade nas organizações e sua expressão de opiniões, surgem comportamentos automáticos e primitivos: rótulos, julgamentos, respostas impulsivas, foco na argumentação, afinal queremos ter razão. Caetano Veloso em Sampa diz que “Narciso acha feio o que não é espelho”. Então, escutamos a opinião alheia já contrapondo internamente, julgando o que não nos é palatável. Nesse ambiente de intolerância, não há comunicação.
A CNV aplicada aos ambientes corporativos fortalece as relações e propicia a prática de diálogos profundos na medida em que oferece a oportunidade de uma escuta empática. Aprendemos, por exemplo, a não responder reativamente, mas sim procurar compreender quais são as nossas necessidades, a nomear sentimentos que geraram comportamentos, ao mesmo tempo que procuramos compreender necessidades e sentimentos dos outros.
Harmonia no convívio com a pluralidade só se faz com confiança, e essa necessita de ambiente de comunicação aberto, empático e de conexão. A CNV é um caminho possível e de apoio para as organizações.
Fonte: O Estado de São Paulo, 17 de Março de 2019.
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