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Indústria 4.0 favorece a evolução da mulher no mercado de trabalho

Painel de abertura do CONALIFE 2019 – Congresso Nacional de Liderança Feminina, que acontece em 23 de maio, no Hotel Unique, na capital paulista,  “Cenário – A Indústria 4.0 e a liderança da mulher” terá as participações de Ana Paula Assis, presidente da IBM América Latina; Daniel Motta, sócio e CEO da BMI Blue Management Institute; e Karen Greenbaum, presidente e CEO da AESC (Association of Executive Search and Leadership Consultants), com a moderação de Livia Mandelli, consultora na área de Gestão de Pessoas na Mandelli & Loriggio Associados.

Na entrevista a seguir, Daniel Motta antecipa alguns temas que vai propor para discussão durante a sua apresentação:

 GESTÃO DE PESSOAS – Como você entende a chamada Indústria 4.0?

DANIEL MOTTA – Na minha visão, as empresas têm enfrentado essa agenda de transformação dupla: transformação digital das organizações como um todo e a transformação do ambiente de trabalho por um processo que vou chamar de transição de ética social. Na transformação digital, temos observado uma convergência de tecnologias em torno da Inteligência Artificial, como se ela fosse uma catalisadora de diferentes evoluções tecnológicas, por exemplo robótica, algoritmos, Internet das Coisas. Essa conexão inteligente tem feito com que as organizações como um todo, e também os processos industriais em específico, estejam se “automatizando”, ganhando uma lógica digital que no limite prescindirá da intervenção humana. Isso porque essa Inteligência Artificial se refina ao longo do tempo. Quanto mais dados, interação e exposição, melhor ela fica.

GP – E o que significa a transição de ética social?

DM – Algumas décadas atrás existia uma ética social vigente, que vamos chamar de ética do dever, que forjava o mapa mental das pessoas e favorecia a obediência. Nesse contexto, o emprego e a empresa se inseriam meramente para o cumprimento do trabalho, e as pessoas se satisfaziam com uma relação estável e perene com a organização. Ao longo do tempo, como a família ficou muito volátil com os divórcios, a noção de povo quase desapareceu e a relação com Deus também se enfraqueceu, as pessoas acabaram se voltando para elas mesmas como fonte de inspiração e de foco, o que chamamos de ética do prazer, em que o trabalho deixa de ser uma obrigação. Ambas as transições têm impactado muito o ambiente de trabalho.

GP – Como a liderança feminina se insere nesse contexto?

DM – O que se busca cada vez mais é uma diversidade de mapas mentais por conta de algo muito pragmático: tudo que é repetido, produtivo e eficiente, a tecnologia vai contra. Tudo que é filosófico, criativo, pensar o inimaginável, a máquina, pelo menos por enquanto, não está sendo programada para isso. A liderança feminina se insere nessa busca de diversidade num mundo que até hoje se desenhou com o masculino. Não estou postulando agendas afirmativas de empoderamento feminino, olho essa questão como um processo absolutamente necessário e positivo para a geração da diversidade que desejamos nas organizações.

GP – Os novos arranjos familiares também contribuem para a liderança feminina?

DM – Estamos vendo uma divisão do trabalho compatível com o novo arranjo familiar, de pessoas morando sozinhas com um filho ou morando sozinhas sem filhos. Existe com isso uma nova necessidade de atuação feminina no mercado de trabalho e as questões que normalmente são consideradas para as mulheres, como o tempo fora de casa com crianças pequenas, deixam de ser barreira, o que favorece a evolução da mulher no mercado de trabalho. Acho que estamos num período de transição, em que havia uma soberania de homens brancos, de bom background educacional, para um novo contexto mais diverso, que coloca a mulher numa posição de autonomia para atuar.

Para saber mais sobre o CONALIFE, acesse www.conalife.org.br

Fonte: O Estado de São Paulo, 21 de Abril de 2019.

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