É natural que ao pensarmos sobre diálogo tragamos à mente a interação com um outro. Contudo, ele brota dentro de cada indivíduo, em um movimento anterior à interação.
Se dedicarmos tempo para nos ouvirmos conversando, nos surpreenderemos com os inúmeros significados ocultos por trás das frases que usamos para expressar nossos pensamentos e argumentos, que trazem nas entrelinhas pressupostos, verdades concebidas, julgamentos nem sempre conscientes.
Quando esse olhar “de fora” para dentro acontece, é quase inevitável a surpresa com o que percebemos em nossas palavras.
Compartilho minha experiência quando facilitei, em 2018, com Fernando Baganha, o Grupo de Estudos Diálogos Lab. na ABRH-SP. Reuníamo-nos com um grupo, mensalmente, para dialogar sobre temas quaisquer. Aqui vale uma explicação do que consideramos diálogo: uma conversa fluida, sem objetivo de chegar a alguma conclusão ou síntese, ouvindo a perspectiva de cada um e investigando sua essência.
Preste atenção que esta definição não incorpora nem o debate, nem a discussão de ideias. E como foi complexo sair dessa condição viciada de entrar em um ou outro, em especial quanto a visão sobre o tema era plural. A primeira confirmação que obtive nesta experiência foi minha dificuldade de dialogar quando fora do meu contexto de escuta profissional. E por quê? Porque acionava minhas visões de mundo para confrontá-las com o que estava sendo dito.
Comecei a experimentar me perceber durante essas conversas, a observar os sentimentos diante de alguma frase dita, a questionar quais pressupostos estavam embutidos naquele ponto de vista que eu expressava como uma verdade. Saía desses encontros com a cabeça a mil. Expandindo minha visão a partir do que ouvi dos demais, como também refletindo acerca do que havia descoberto sobre mim, tocada pela surpresa diante de condicionamentos embutidos em meus pensamentos. Tudo isso porque foi criado um espaço emocionalmente seguro, respeitoso, onde podíamos nos expressar como iguais, sem receio de julgamentos.
Seria magnífico criar esses espaços dentro das organizações. O autoconhecimento e a qualidade das interações aumentariam significativamente, bem como a consciência de que além do debate e da discussão, necessários para certos contextos, existe o diálogo, que pode trazer resultados diferenciados.
Para que isso aconteça é necessário preparar o solo. O Diálogos Lab., na ABRH-SP, tem este objetivo. Fica o meu convite e do Fernando Baganha: desafie-se a participar do nosso Grupos de Estudos. As inscrições estão abertas. Saiba mais em: https://bit.ly/2FRmZsV.
Por Márcia Fonseca, facilitadora do Grupo de Estudos Diálogos Lab., de São Paulo
Fonte: O Estado de São Paulo, 07 de Julho de 2019.
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