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A CNV, a humanidade e os Recursos Humanos

Depois de me perceber imersa numa tremenda falta de habilidade de verbalizar minhas ideias, vontades e opiniões, me encontrei com a Comunicação Não-Violenta (CNV), de Marshall B. Rosenberg. Após 20 anos de carreira, descobri que desafios de comunicação são as ervas daninhas das relações e organizações. Na verdade, o que é o mundo e as organizações se não um grande emaranhado de relações?

Pior ou melhor, os profissionais de Recursos Humanos precisam tantas vezes orientar e aconselhar as pessoas como liderar, como se relacionar no mundo corporativo, como influenciar... Pois bem, eu precisava me salvar primeiro, para depois dar aos outros o caminho de desenvolvimento para essas competências. Fato é que muitos são os caminhos e as ferramentas existentes e nenhuma delas vai nos deixar escapar da jornada rumo ao interno, ao autoconhecimento, ao natural.

Comunicação Não-Violenta é uma das ferramentas. Ela é complexa, generosa e libertadora ao mesmo tempo. Ela não é só sobre falar manso, sem se alterar com os outros como o nome sugere, é também sobre ser amoroso e curioso conosco, depois com os outros, com o externo.

Aí é que quero contar uma grande descoberta: CNV é muito mais sobre nossos diálogos internos do que com diálogos externos, com o que verbalizamos. É como escutar, compreender e acolher nossas vozes internas, nossas emoções, fortalezas e fraquezas. Quando você sentir isso, como que, por osmose, vai olhar o outro como a mesma compaixão que a obra de Marshall convida a olhar para você.

Por isso a prática da CNV nos obriga a resgatar a humanidade, o essencial, num contexto de mundo corporativo que se distanciou disso tudo há mais de 300 anos na Revolução Industrial. Que desafio! Confesso que o discurso recente pela demonstração de vulnerabilidade e sentimentos nas relações de trabalho abre um espaço incrível, mas o caminho é longo. Como profissionais de RH precisamos ser incansáveis, vencer um dia, uma luta de cada vez, quiçá mudar de lugar para podermos ser mais, para frutificar. Costumo dizer: “Para ser um bom profissional, antes precisa ser um bom humano” e “Sempre a gente poderia ter sido mais amoroso, mais empático”.

Se em algum momento lendo esse texto você pensou em se aprofundar no estudo da Comunicação Não-Violenta, dá uma espiada em alguns dos títulos dos capítulos do livro escrito no início dos anos 2000: “Do fundo do coração – O cerne da Comunicação Não-Violenta” e “O poder da empatia”. Boa viagem!

 

BIBLIOGRAFIA

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. 4ª Edição. São Paulo: Ágora, 2006.

 

Por Carolina Ravagnani Lopes, integrante do Grupo de Estudos de Comunicação Não-Violenta, de São Paulo

 

São Paulo, 15 de Março de 2021

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