Aprendendo a lidar com a frustração
Tarsia Gonzalez é presidente do Conselho Administrativo da Transpes e foi a primeira participante da temporada 2017 do quadro Chefe Secreto do Fantástico (TV Globo)
Em todas as reuniões empresariais, fala-se muito sobre feedback. As pessoas estão sedentas de reconhecimento. Em anos anteriores, em um Brasil que só crescia, feedback positivo era quase uma obrigação. A autoestima do brasileiro, que passava a ter melhores condições de vida, só aumentava: melhores rendimentos, crédito com juros baixos, veículos facilitados e o sonho da casa própria eram reais. Parecia que os anos dourados não teriam fim.
De repente, tudo mudou. Entramos em uma das épocas mais difíceis para todos os brasileiros. Nosso feedback não era mais positivo. O assunto agora passava a ser desemprego, falências, diminuição de níveis de produtividade, necessidade de férias coletivas, redução dos níveis de investimento e, consequentemente, diminuição da renda de todos nós. O que parecia ser algo momentâneo virou uma crise de verdade.
Vemos, hoje, um país que esperou, por todo o ano de 2016, que um milagre acontecesse. No entanto, a realidade segue difícil, com mais de 16 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, péssima saúde pública e quase 90% da população em situação de débitos financeiros. E agora? Como lidar com um feedback negativo, com a frustração, se num passado tão próximo tudo era diferente?
Não adianta mais tecer elogios. Precisamos recuperar nossa confiança e motivar todos a criar estratégias reais. Somos uma nação forte! O momento agora é de reavaliação e reconstrução. É preciso esquecer aquele Brasil idealizado que jamais voltará a existir, mas liderar sem medo, buscando um país transformado para as próximas gerações. Pode demorar um pouco para que os feedbacks positivos voltem a ser uma constante, mas não vai levar muito tempo para percebermos que nós podemos, sim, mudar a realidade que está aí.
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