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Como lidar com as dores (físicas e emocionais) do teletrabalho

Com o tema Dores do Teletrabalho, a Regional Baixada Santista da ABRH-SP realizou, em 11 de maio, o Fórum 2021 de Saúde Ocupacional. O evento, 100% online, abordou a saúde mental e física dos trabalhadores nestes tempos de home office em consequência da pandemia de Covid-19, e apresentou um case sobre cuidados com a saúde dos colaboradores. Confira a seguir um resumo das palestras:

 

Mente tranquila

No início do evento, a psicóloga clínica Kalyta Mamede falou sobre dois temas bastante atuais: exaustão mental no teletrabalho e síndrome do impostor. Segundo ela, as causas mais comuns da exaustão mental são o excesso de trabalho prolongado, principalmente sem pausas ou férias; extensos períodos de estímulo intelectual, como estudos e pesquisas escolares/universitárias; prazos e metas a serem cumpridos; e depressão e ansiedade. 

 

Os sinais de exaustão mental, que também podem ser encontrados na Síndrome de Burnout, são vários: desânimo, cansaço excessivo, sonolência, insônia (sinal muito frequente), dificuldade de concentração, perda de memória, alterações de humor, irritabilidade, angústia, tristeza, procrastinação e diminuição da motivação e da produtividade. 

 

“A exaustão mental também tem consequências físicas, que vão de dores (de cabeça, enxaqueca ou pelo corpo), à hipertensão, gastrite e fadiga. Além disso, também contribui para a baixa imunidade, tornando o indivíduo vulnerável a doenças, como a própria Covid-19, resfriados e gripes”, alertou Kalyta. 

 

Ela compartilhou algumas dicas de como combater esse problmas a partir de três pilares (atividade física, boa alimentação e sono de qualidade):

  • ter uma rede de apoio; 
  • agregar coisas na rotina para dar uma pausa para o cérebro; 
  • sempre estabelecer objetivos e metas pessoais; 
  • estar presente na família com qualidade; 
  • adotar práticas contemplativas, como simplesmente olhar pela janela; 
  • tirar férias; 
  • praticar a meditação, que é o carro-chefe para mentes ansiosas; 
  • manter contato com os amigos; 
  • fazer alongamentos; 
  • adotar a prática de leituras e outros hobbies.

 

Já a síndrome do impostor tem sido muito estudada nos Estados Unidos. “Embora não seja reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um transtorno psicológico, é um fenômeno psíquico que consiste na desqualificação dos feitos pessoais, na autossabotagem e no sentimento de fraude. As consequências desse comportamento são ansiedade, depressão, fobias, procrastinação, aceleração de pensamentos, burnout, déficits cognitivos e exaustão mental”, explicou. 

 

De acordo com a psicóloga, não há um padrão de tratamento específico para a síndrome do impostor, mas ajuda muito ampliar as redes de apoio, sair do computador e das telas de celular, bem como das redes sociais, para relaxar; adotar a meditação/mindfulness; fazer terapia; e buscar um mentor na vida profissional, para não ficar o tempo inteiro criticando o próprio trabalho. 

 

Chega de sedentarismo

Já a profissional de educação física, Andréa Frangakis Tanil, abordou os cuidados com a saúde física no home office. Ela ressaltou que, pelo fato de estar em casa, a gente se acomoda e chega a ficar quatro, cinco horas sentado, sem perceber a passagem do tempo. A atividade física ajuda justamente a evitar as dores e outros problemas de saúde decorrentes desse excesso de trabalho.

 

Segundo Andréa, enquanto o exercício físico tem uma sistemática, uma organização para treino, a atividade física pode ser realizada no dia a dia, em casa e no lazer, como passear com o cachorro ou andar de bicicleta, por exemplo. “Todo mundo pode fazer, não é preciso ir à academia para isso. Só a prática já combate o sedentarismo e permite cuidar da saúde.” 

 

Conforme ela explicou, o primeiro passo para uma vida saudável é pensar quais comportamentos promotores da saúde a pessoa deseja adquirir constantemente. Por exemplo, acordar mais bem disposto, se alimentar melhor, ter uma postura correta no trabalho, promover um ambiente adequado para o trabalho. A aptidão física está relacionada à saúde e promove força e resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade e controle do peso. 

 

Ela também propôs que a pessoa faça um balanço decisório e se pergunte: por que quer mudar o comportamento, avaliando prós e pontos positivos; por que não deveria tentar mudar o comportamento, analisando os contras e barreiras para a mudança; e, por fim, o que a levaria a mudar o comportamento, definindo estratégias para superar os contras.

 

Cuidado com os colaboradores

Depois de duas falas sobre atitudes individuais, o fórum abriu espaço para o case do IACS Medicina Diagnóstica sobre os cuidados com o bem-estar dos colaboradores durante a pandemia, apresentado pelo diretor executivo do laboratório, dr. Arthur Ferreira. Para dar uma ideia, o IACS recuperou em 15 semanas o número de pacientes do pré-pandemia, não demitiu ninguém para cortar custos, aumentou seu quadro de funcionários em 10% e, por fim, premiou 100% do seu time pelos resultados de 2020 graças à gestão de crise, gestão de mudanças e engajamento da equipe.

 

Para chegar a isso, porém, o IACS teve de superar muitos desafios. No primeiro lockdown, que começou em 15 de março de 2020, precisou fechar 10 das 14 unidades na Baixada Santista. Como consequência, houve uma queda de 80% no número de clientes e uma queda no faturamento. “É óbvio que todos os colaboradores ficaram ansiosos, assustados e inseguros quanto à posição na empresa”, lembra o dr. Arthur. A resposta às adversidades que se apresentavam foi criar um Comitê de Crise, no primeiro momento composto por todas as lideranças. “A gente precisou sair da zona de conforto, tomar as rédeas e conduzir os times para enfrentar essas novidades.”

 

A primeira fase do Comitê de Crise foi de defesa e proteção dos colaboradores, por meio de medidas já conhecidas, como antecipação de férias e mudança de uma parte da equipe para home office. A empresa, no entanto, não aderiu à Medida Provisória do governo de redução dos salários e jornada de trabalho, mantendo os salários integrais dos colaboradores. 

 

Já a segunda fase foi de sobrevivência e sustentabilidade do negócio. “Fizemos investimentos em diversos testes para Covid-19, que passaram por várias validações de qualidade. Também investimos maciçamente em marketing para mostrar para o mercado que tínhamos um exame de qualidade para a doença. Além disso, reduzimos nossos custos em cerca de 18% nos meses de maior recessão com negociações diversas de aluguéis e fornecedores. O mais importante, porém, foi a motivação dos times e o apoio psicológico para os afastados”, disse o dr. Arthur. 

 

Na terceira fase, de preparação e ação, o RH agiu para encorajar a equipe da linha de frente, com o treinamento constante da testagem da Covid-19; promoveu um treinamento em inteligência emocional para o time de líderes; criou um programa de monitoramento de colaboradores que estão com sintomas com testagem e acompanhamento por equipe multifuncional, que acabou virando um produto para o mercado; e realizou diversas ações de solidariedade a comunidades carentes.

 

“A gente pode ser surpreendido por notícias, fatos, catástrofes e até pandemias, mas o que faz diferença frente a isso é a capacidade de nos reinventar, de redescobrir nossos limites, de reprogramar nossas ações e de replanejar nossas metas e o futuro”, finalizou Arthur.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (07 de Junho de 2021)

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