Comunicação Não Violenta: A tecnologia leve na humanização na área da saúde
A utilização de equipamentos sofisticados e complexos nos remete à ideia de recursos tecnológicos; com isso é comum o entendimento da palavra tecnologia atrelada somente às máquinas e aos computadores. Mas tendo em vista o conceito polissêmico do termo “tecnologia”, lembramos que ele transita em diversas áreas do conhecimento.
Na área da Saúde, conhecida por grandes avanços nos recursos para diagnóstico, tratamento e prevenção por meio de equipamentos, a tecnologia também engloba os assistenciais, em que estão contidos os recursos humanos e relacionais. As tecnologias em saúde são classificadas em três dimensões (Merhy, 2005)(1): as duras (equipamentos, maquinários), as leve-duras (os saberes específicos) e as leves, de interesse neste artigo por serem voltadas às relações humanas.
E o que há de mais humano no processo de cuidado, tanto do paciente como das próprias equipes de profissionais da saúde, do que a arte da comunicação? A escuta profunda, empatia para as dores e medos, explicação clara atendendo às necessidades e aos sentimentos são alguns recursos de tecnologia leve que apoiam o fazer saúde.
Nesse sentido, a Comunicação Não Violenta (CNV)(2) é uma tecnologia leve. Sua premissa de desenvolver habilidades socioemocionais em diferentes contextos estimula a busca pela conexão genuína entre pessoas, o atendimento de necessidades, a autenticidade, a empatia, o cuidado mútuo (generosidade), atitudes que fazem diferença nos cenários diversificados que a área da Saúde produz.
Na relação entre profissionais e seus pacientes, a CNV zela pelas ações assistenciais, estimulando entendimento profundo do humano por trás da doença. Escutar sentimentos e necessidades para além do sintoma é tornar a saúde mais humanizada e “suportiva”.
Na gestão de equipes, a CNV apoia a comunicação autêntica de suas vulnerabilidades, dando espaço para conversas abertas, de expressão de medos e impotências, mas também das alegrias, sucessos e realizações, oferecendo espaço seguro e diálogos genuínos, promovendo o trabalho colaborativo, cuidando de quem cuida.
Construir relações saudáveis, transparentes, verdadeiras e honestas entre os que produzem e os que recebem cuidados é o principal objetivo das tecnologias leves. Dessa forma, espera-se atender às necessidades dos pacientes e seus familiares, das equipes, das comunidades e sociedade, de forma integral e qualificada. Sendo a CNV uma tecnologia leve, é a abordagem que qualifica a humanização das relações e apoia os processos de cuidado.
Por Carolina Fanaro da Costa Damato e Ana Elisa Moreira-Ferreira, respectivamente participante e facilitadora do Grupo de Estudos de Comunicação Não Violenta
¹MERHY E.E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. 2ª ed. São Paulo: Hucitec; 2005
²ROSENBERG, MB. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução de Mário Vilela. 3. ed. São Paulo: Editora Ágora, 2006
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