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Desafios e dificuldades da transformação digital no setor público

O setor público é fundamental para a virada da transformação digital dentro do nosso país. Entretanto, apesar das dificuldades gigantescas para atingir tal objetivo, há iniciativas relevantes e bem-sucedidas nessa área, como o Projeto Brasil 5.0 – Protagonista da Transformação Digital Global e a jornada da Eletrobras, empresa do setor elétrico de capital aberto que tem o governo como seu principal acionista. Para falar sobre ambos os cases durante a Semana da Transformação Digital, realizada em novembro passado, a ABRH-SP convidou Francisco Soeltl, chairman e CEO do Grupo MicroPower Global, e Luiz Augusto Figueira, diretor de Gestão e Sustentabilidade da Eletrobras. Lia Aere, diretora da ABRH Brasil Digital, foi a moderadora do webinar. Confira a seguir:

 

Na sua apresentação, Francisco deu detalhes do Projeto Brasil 5.0 – Protagonista da Transformação Digital Global. Um projeto de interesse nacional acima de interesses de partidos políticos, pro bono, portanto uma atividade não remunerada, voluntária, e, principalmente, colaborativa.

“O propósito do projeto é consolidar os fundamentos que habilitem o nosso país ao protagonismo em nível global da transformação digital através de uma jornada que potencialize o ciclo virtuoso do empoderamento e da produtividade das pessoas 5.0, a competitividade dos negócios 5.0, a efetividade do governo 5.0, o fomento de uma economia 5.0 e a construção de uma sociedade 5.0 com qualidade de vida, inclusão e sustentabilidade (econômica, social e ambiental)”, explicou Francisco.

Caminhar para uma Sociedade 5.0 mais humanizada e com pessoas ao centro é o objetivo principal do projeto. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, a transformação digital pode gerar 12 milhões de empregos até 2025 e a economia digital deve movimentar algo como US$ 100 trilhões a nível global nos próximos dez anos. Além disso, em 2025, 25% do PIB mundial virá da Economia Digital, de acordo com o Oxford Economics.

A transformação digital também ajudará na diminuição dos custos. “Pelas estimativas que temos, a partir de um trabalho que foi feito pelo Ministério da Economia com o apoio de várias entidades, o Brasil tem o potencial de diminuir o seu custo em algo como R$ 1,4 e 1,6 bilhões. Como agentes econômicos, nós temos que trabalhar para isso e os governantes, como agentes governamentais, trabalhar para mitigar esses custos. A economia é significativa e vai tornar os nossos negócios mais competitivos em níveis globais e as nossas vidas muito mais simplificadas”, destacou.

Francisco mencionou ainda as dificuldades da transformação digital em um país com as dimensões do Brasil, em que ainda existem áreas predominantemente industriais ou mesmo agrárias, e até aldeias indígenas que talvez ainda vivam como uma sociedade coletora. Sem falar no desafio imenso que é fazer essa transformação no setor público.

“Nas empresas você tem o conselho, a diretoria executiva, um propósito comum e metas a cumprir. No caso do governo há as esferas federal, estadual e municipal – cada uma delas com a sua complexidade e seu nível de maturidade –, a estrutura de governo, transitória que a gente elege periodicamente, e a estrutura de estado, aquela permanente com os concursados que permanecem nos cargos. Em resumo, é um grande desafio  para o qual ainda não temos respostas”, concluiu.

 

Case Eletrobras

Luiz Augusto compartilhou com a audiência a experiência prática da transformação digital na Eletrobrás. Ele destacou os quatro grandes pilares que norteiam a iniciativa: Projetos, Pessoas, Processos e Conectividade. O primeiro tem a ver com o gerenciamento de projetos com sinergia e a possibilidade de compartilhar soluções. No pilar Pessoas, fala-se de mobilidade, colaboração e flexibilidade. O terceiro pilar tem como foco a possibilidade de melhorar processos e no de conectividade, o objetivo é tornar o conteúdo acessível a um grande número de pessoas.

Para ele, é fundamental entender que a transformação digital não se resume à tecnologia. “É preciso enxergar as sinergias entre RH, Tecnologia e através da cultura empresarial. Essa visão permite identificar oportunidades de melhoria por meio de discussões que valorizam a interação de equipes, que eu chamo de colaboração, e essa interação de processos e conectividade prioriza novas formas de aprendizado – uma palavra-chave em toda essa trilha da transformação.”

Em seguida, Luiz Augusto apresentou os quatro grandes blocos da jornada de transformação digital da empresa: Assessment, Tecnologias e Governança, Transformation Lab: Analytics e a Academia de Inteligência de Dados, que é a parte educacional.

No assessment, ele ressaltou, os colaboradores foram ouvidos ainda no planejamento da jornada para que fosse possível entender as expectativas das pessoas e a maturidade da organização para essa nova cultura a ser implantada. Foi realizada também uma pesquisa pulse, digital, cujos resultados passaram a fundamentar o planejamento das próximas etapas.

No bloco de Tecnologias e Governança, há a avaliação de que a nova dinâmica de negócio nesse mundo digital trouxe uma necessidade de transformação profunda de uma área de TI centralizada e focada no suporte. “Agora, o que a gente precisa é avançar na adoção de novas tecnologias em equilíbrio com a governança no sentido de organizar como todas essas soluções vão trazer mais competitividade e vão se integrar. Nós ouvimos as pessoas e estamos procurando fazer a integração dessas tecnologias trazendo sempre o engajamento e a autonomia desses profissionais na temática da inteligência de dados.”

No terceiro bloco, de Transformation Lab: Analytics, a autonomia e o engajamento são a meta do Analytics Lab, que na verdade pretende proporcionar oportunidades reais para a criação de um ambiente motivador, de discussão de processos com metodologias dinâmicas que permitam aos colaboradores se debruçarem sobre os dados na busca de ideias inovadoras e possibilidades de criação para os desafios de negócios.

Na visão de Luiz Augusto, a Academia de Inteligência de Dados é importantíssima. “Como a gente vai melhorar sempre? Baseados na lógica de capacitação e desenvolvimento das habilidades e competências por meio dessa academia. Ela propõe diversas formas de aprendizado e trilhas, sem deixarmos de privilegiar também a formação dos especialistas e as necessidades mais básicas.”

O engajamento de toda a liderança nesse processo passa por um projeto paralelo de transformação cultural que parte do entendimento da cultura existente para uma cultura diferenciada, que já nasce muito imbuída dessa nova pegada da transformação digital. “As pessoas não mudam da noite para o dia, elas precisam entender. Ainda estamos na fase da consciência e do entendimento para compreender aonde queremos chegar.”

Ele destacou o engajamento das principais lideranças da companhia e a adesão do Conselho de Administração ao projeto, inclusive bancando-o para dar o exemplo aos demais líderes. “Isso faz uma diferença muito grande. A cultura se forma com os exemplos, com a consolidação, com a repetição de práticas e atitudes. Estamos confiantes de que vamos ter nesse longo prazo uma cultura muito mais proativa e mais próxima daquilo que a gente deseja”, disse Luiz Augusto.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (15 de Fevereiro de 2021)

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