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DIVERSIDADE E INCLUSÃO: UM NOVO TEMPO

Por Marta Mitico*

 

A pressão pela implementação de políticas de D&I (Diversidade & Inclusão) no meio corporativo é uma das demandas mais nítidas neste início de era pós-pandêmica. As transformações culturais e os avanços de comportamento, aliados à busca por melhores condições de trabalho e qualidade de vida, tornaram a também chamada inclusão corporativa em uma realidade sem volta.

 

Diante dessa inevitabilidade, as empresas passaram a perceber que a transformação em uma organização multicultural traz benefícios, tanto sob o aspecto criativo e de ambiente de trabalho, e resulta também em benefícios econômicos.

 

Com as equipes de trabalho se sentindo mais à vontade para exporem suas ideias em ambientes em que prevalecem o respeito e a tolerância, imediatamente se percebe significativa melhora em diversos processos: na criatividade organizacional, já que as equipes passam a ter mais liberdade para exprimir os diferentes pontos de vista de seus integrantes; na inovação, pois uma força de trabalho diversificada atrai e ajuda a reter os melhores talentos; e uma drástica redução de conflitos – as divergências, quando ocorrem, tendem a se tornar estímulo para a busca de uma solução consensual. Como conseqüência, todos esses benefícios integrados refletem em melhor obtenção de resultados.

 

Outro importante benefício e que coaduna com a mentalidade competitiva do meio empresarial é que, quanto mais plural mais a empresa consegue criar um ambiente onde seus colaboradores são incentivados a dar o melhor, incentivando assim a construção de uma cultura meritocrática interna. Afinal, quando as oportunidades são iguais para todos, aumentam as chances de as melhores ideias serem adotadas e de as pessoas certas promovidas.

 

Um dos aspectos que têm encontrado maior abertura no meio empresarial nos últimos anos é a questão do etarismo. Segundo pesquisa da Blend-Edu de 2022, 42% das corporações no Brasil já possuem programas para incluir colaboradores de faixas etárias diversas, especialmente os mais velhos. E a porcentagem é quase o dobro em relação ao levantamento anterior, de 2020 (23%). Trata-se de um recorte social, contudo ainda está longe de receber a mesma visibilidade de dimensões como gênero (95%), raça/etnia (89%), orientação sexual (86%) e necessidades especiais (82%).

 

Mesmo com essa maior atenção, levantamento da Infojobs indica que 61% dos brasileiros acima de 40 anos de idade relatam dificuldades em encontrar empresas que contratem profissionais desta faixa etária, enquanto 70% dizem se sentir preteridos pelos mais jovens.

 

Constata-se, portanto, maior iniciativa por parte das empresas em incorporar os trabalhadores mais velhos às novas tecnologias e dinâmicas de trabalho, em especial os classificados entre a “geração baby boomer”. Para estes, nascidos entre 1946 e 1964, essa desvantagem de supostamente não estarem acostumados a ambientes adaptados tende a ser compensada por apresentarem maior disciplina, foco, cooperação e estabilidade. Contrariamente, as gerações “X” (nascidos entre as décadas de 1960 e 1980), “Y” ou “Millenials” (1980 até meados dos anos 1990) e “Z” (imediatamente depois), são classificadas, sem generalização, como mais individualistas, impulsivas e por trocarem de emprego com muito mais frequência, embora muito mais conectadas.

 

Entretanto, a vantagem de incorporar funcionários de variadas idades no quadro de funcionários pode ser diluída se eles forem divididos em funções isoladas e específicas. Nesse caso, a chave para o sucesso está na integração e sinergia entre as diferentes gerações, através das trocas de experiências e perspectivas que cada uma delas pode proporcionar.

 

Embora o princípio da justiça social seja a força motriz por trás do alavancamento das políticas D&I pelo mundo, o universo corporativo soube compreender que, caso implementadas com sucesso e bem comunicadas à sociedade, essa nova face de cada uma das organizações, além de ajudar a impulsionar positivamente a imagem e reputação de cada uma delas, traz efetivos resultados econômicos.

 

E vale ressaltar que tais resultados deixaram de ser fim e passaram a ser consequência. Afinal, Diversidade e Inclusão são mais do que simples tendência passageira. Tratam-se de transformações irreversíveis e gratificantes que tornam as corporações deste novo tempo mais integradoras, plurais e, seguramente, muito mais felizes.

 

*Marta Mitico

Advogada e mestre em Relações Econômicas Internacionais pela PUC-SP. É sócia fundadora e diretora de Relações Institucionais da BR-Visa Migration Solutions, co-fundadora e diretora-presidente da ABEMMI (Associação Brasileira de Especialistas em Migração e Mobilidade Internacional).

 

São Paulo, 29 de Maio de 2023

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