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Gestão de saúde emocional em alta nas empresas

Em pesquisa recente realizada pela Aon Brasil, empresa líder nos serviços de consultoria de gestão de riscos e seguros, com 700 empresas, 1/3 dos respondentes disseram já ter dado início, por conta da pandemia, a novas iniciativas de gestão de saúde emocional; 2/3 indicaram que irão rever as suas políticas na área; e 80% declararam que a pauta saúde mental é importante nesse momento.

Os números revelam o quanto o tema tem sido caro para toda a sociedade e as empresas. “Não foi com a pandemia que a saúde mental passou a ser tratada de forma relevante. O mercado já vinha numa crescente da importância de políticas de gestão na área. Entretanto, esse protagonismo tem aumentado muito nesse período e vai aumentar ainda mais no pós-pandemia”, reflete o dr. Marco Túlio, diretor médico da Aon Brasil.

Embora ainda existam, os estigmas e preconceitos que costumam cercar os problemas de saúde mental também têm diminuído nos últimos anos. Além do maior acesso aos serviços de saúde, as pessoas têm falado mais a respeito e tornado público seus problemas, explica a dra. Maria Teresa Lourenço, head da Psico-Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center.

Para ela, a educação é a melhor maneira de combater o preconceito que persiste, principalmente porque algumas pessoas ainda relacionam esses problemas à fraqueza ou falta de vontade. “Quanto mais a gente discutir o tema e explicar o que é depressão, síndrome do pânico, burnout, por que elas acontecem e quais são os sintomas, vamos melhorar o acesso e diminuir o estigma.”

Durante a crise do novo coronavírus, o A.C. Camargo disponibilizou aos colaboradores duas modalidades de acolhimento psicológico relacionado às angústias e aflições que eles estão vivendo neste período: uma presencial que é feita no âmbito da Medicina do Trabalho, em que o colaborador vai até a unidade do hospital, e o teleatendimento, no qual especialistas prestam esse suporte online através de uma plataforma digital.

“Acreditamos que o espaço que estamos oferecendo aos nossos colaboradores, nesse trabalho realizado em conjunto com a área de RH, nos fortalece muito e mostra que podemos ajudá-los a passar por esse período de uma maneira um pouco mais tranquila”, diz a dra. Christina Tarabay, head de Psicologia do A.C. Camargo Cancer Center.

Segundo a ela, as dez principais demandas de acolhimento dos colaboradores nesse período são:

1º Preocupações e medos gerais com o momento atual, a própria saúde e a saúde da família, com o trabalho, problemas sociais e econômicos.

2º Medo de contaminação própria e de contaminar os familiares e amigos.

3º Processo de ressignificação da vida, com a revisão de valores e prioridades.

4º Transtornos de ansiedade acompanhados dos sintomas clássicos e físicos, como taquicardia, formigamento e sensação de morte.

5º Medo de que os familiares e amigos se contaminem.

6º Agravamento importante da insônia ou pesadelos e sobressalto à noite.

7º Medo de contaminar os pacientes.

8º Queixas sobre o isolamento, tanto dos colaboradores afastados pela Covid-19, quanto daqueles que estão em home office.

9º Irritabilidade.

10º Sensação de desesperança e desamparo.

Retorno

A abertura do comércio, mesmo com restrições, e o retorno às atividades presenciais nos escritórios de quem estava trabalhando em home office têm trazido medo e angústia. E como lidar com esses sentimentos? “A melhor forma é enfrentar o medo com segurança. O que faz com que eu me sinta seguro nesse momento?”, recomenda a dra. Christina.

Ela continua: “Também trabalhar o psicológico, porque, se entro em desespero muito grande, perco a minha racionalidade. E o medo tem a ver com a irracionalidade. Eu preciso trazer o racional. Parar, pensar e criar estratégias para a questão. A pessoa pode fazer isso sozinha, mas deve reconhecer os próprios limites e, se perceber que não está conseguindo ultrapassar esse medo, procurar ajuda para reforçar os aspectos psíquicos.”

Já para as empresas, o dr. Marco recomenda que elas aumentem a flexibilidade, que é fundamental para que todos consigam atravessar esse momento com mais saúde. “O distanciamento não precisa diminuir a nossa conexão. Antes era muito fácil se conectar no ambiente de trabalho, agora é mais difícil, por isso a gente tem de estimular as ferramentas e os mecanismos de conexão. A transparência também é essencial, principalmente pela questão da segurança. Para diminuir a insegurança, as empresas precisam ser cada vez mais transparentes”, conclui.

Marco Túlio, diretor médico da Aon Brasil, Christina Tarabay, head de Psicologia do A.C. Camargo Cancer Center, e Maria Teresa Lourenço, head de Psico-Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center, participaram do webinar Saúde Mental dos Colaboradores em Tempos de Pandemia, realizado pela ABRH-SP em 10 de junho, que teve como moderadora a vice-presidente da Associação, Maria Susana de Souza. Para assistir ao webinar na íntegra, acesse o canal da ABRH-SP no YouTube.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP - 22 de Junho de 2020

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