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Talk com Arianna Huffington atraiu mais de 1.000 inscritos

Como a gente já falou na semana passada, o CONALIFE – Congresso Nacional de Liderança, promovido pela ABRH-SP desde 2016, evoluiu para um novo formato: LIFE – Liderança Feminina em Movimento. A iniciativa foi repaginada com o propósito de elevar o debate e ampliar o alcance para avançar continuamente em quatro dimensões: individual, familiar, organizacional e sociedade.

No último dia 12, a ABRH-SP – com o apoio da ONU Mulheres e da BMI – Blue Management Institute, e o patrocínio Ouro do Santander e Prata do Magalu e RD – RaiaDrogasil – realizou o talk inaugural com a participação mais do que especial de Arianna Huffington, nomeada entre as 100 pessoas mais influentes do mundo pela lista da Time Magazine e para o ranking das mulheres mais poderosas da Forbes.

Atualmente, CEO da Thrive Global, empresa fundada por ela, Arianna falou sobre o tema “Ressignificado do sucesso” em um bate-papo com Daniel Motta, sócio e CEO da BMI. O evento também contou com as participações na abertura e no encerramento de Maria Susana de Souza, coordenadora geral do LIFE e vice-presidente da ABRH-SP, e Guilherme Cavalieri, presidente da ABRH-SP. Além do talk com Arianna, mais três eventos online estão programados para acontecer neste ano nos meses de setembro, outubro e novembro.

A seguir, os principais momentos do talk, que atraiu mais de 1.000 inscritos:

Jornada de vida

“Nasci na Grécia e tive uma mãe maravilhosa, o que foi uma sorte. Ela me ensinou a não ter medo de assumir riscos e de fracassar. Ela costumava dizer: o fracasso não é o oposto do sucesso. Pelo contrário, é um degrau para o sucesso e isso é especialmente importante para as mulheres. Normalmente, somos perfeccionistas e não queremos assumir riscos por medo de fracassar. Estudei em Cambridge, na Inglaterra, depois me mudei para Nova York, publiquei biografias, muitos livros sobre liderança e, em 2005, lancei o The Huffington Post. Mas foi em 2007 o início da jornada que me levou ao Thrive Global, porque tive um colapso de exaustão e Síndrome de Burnout, por achar que deveria estar sempre ligada. Comecei, então, a abordar essas questões até que, em 2016, deixei o The Huffington Post para lançar o Thrive Global. Queria ajudar as pessoas não só a melhorar a consciência em relação a exercícios, nutrição e saúde mental, mas também em relação a adotar hábitos mais saudáveis, passando da consciência para a ação.”

Para cima, para a frente e para dentro

“Todos nós sabemos e conhecemos esse lema ‘Para a frente e para cima´, mas será que também podemos não nos esquecer de que, se não formos para dentro de nós, estamos perdendo tesouros maravilhosos, como nossa criatividade e empatia. Isso é mais importante do que nunca nessa época de incerteza tão profunda. Sabemos que no Brasil e no mundo todo a crise de saúde mental foi exacerbada, há muita depressão e ansiedade. É mais importante que nunca as pessoas se lembrarem e reconhecerem que têm essa força e resiliência internas. Gosto de falar que estamos no olho de um furacão metafórico, mas ainda assim o olho de um furacão, e a gente precisa ter condições de acessar esse lado interno.”

 

Liderança bem-sucedida

“Um líder bem sucedido é uma pessoa que, primeiramente, pode acessar esse olho do furacão, porque senão ele fica à mercê dos eventos, especialmente num período tão desafiador como o atual. Se ele não puder se conectar com esse espaço de sabedoria e força interna, não vai conseguir tomar as melhores decisões, ser empático e compreensivo com seus colegas, funcionários e todas as pessoas com quem trabalha em um momento em que elas precisam dessa empatia. E não vai conseguir acessar a criatividade, a habilidade de ver os icebergs antes de eles atingirem o Titanic e enxergar as oportunidades que sempre estão presente em crises. Quando falo com líderes de muitas empresas multinacionais sempre ouço os mesmos pontos: não posso me dar ao luxo de cuidar de mim mesmo, sair para dar uma caminhada, dormir o suficiente, recarregar as energias. Entretanto, sempre vou contra esses argumentos e falo: olhem os dados e a ciência que mostram que, quando você tira um tempinho para se recarregar e ser o seu melhor, você vai ser um líder melhor.”

Micropassos

“Muitas das mudanças comportamentais que recomendamos para os líderes e para todos os demais são o que chamamos de micropassos, pequenos passos incrementais diários que levam a hábitos mais saudáveis. Nada impossível de ser realizado. Nós sabemos que são necessários 60 segundos para fazer a correção do curso do estresse – isso é científico. No nosso aplicativo de mudança comportamental temos um recurso de 60 segundos que convida o usuário a dizer as coisas da vida dele que despertam alegria. Sempre que essas pessoas estão se sentindo estressadas, elas podem tirar um minutinho para se lembrar daquilo pelo qual são agradecidas na vida.”

 

Liderança feminina

“O que é importante é ver que não há qualidades exclusivas para um sexo ou outro, mas as mulheres têm por natureza cultivadas certas qualidades que atualmente são mais necessárias do que nunca, como empatia, colaboração, formação de equipes. Se você não sabe montar uma equipe já está em desvantagem, porque não é possível que um líder possa assumir tudo. Então, aprender a delegar, a trabalhar em colaboração são essenciais. No momento, precisamos dar às mulheres líderes um suporte extra, porque elas também são mães e têm um fardo muito grande de cuidar das crianças em casa. Portanto, nas nossas empresas, temos de levar isso em consideração e verificar quais arranjos especiais temos de fazer, porque as mulheres precisam ser líderes, esposas, mães, professoras e tudo mais.”

Saúde mental

“Os líderes têm um papel muito importante nesse aspecto porque podem ajudar a eliminar o estigma em relação à saúde mental. O mais importante para ir contra a depressão e a ansiedade é cultivar a gratidão. Um dos meus micropassos preferidos é aproveitar cada oportunidade durante o dia para se lembrar de coisas pelas quais sou agradecida. Tento fazer isso. Setenta por cento das pessoas do mundo quando acordam de manhã, antes de abrirem os olhos completamente, pegam o telefone. Elas não sabem o que tem no telefone: pode ser má notícia, um e-mail ruim do chefe... Outro micropasso é esperar 60 segundos antes de pegar o telefone de manhã para se lembrar do motivo pelo qual você é grato ou defina a sua intenção do dia. Ou, então, respire fundo algumas vezes. A respiração é o nosso superpoder. Um grande estudo de Yale que saiu agora fala como a respiração consciente realmente afeta a saúde mental.”

Mundo pós-pandemia

“A pandemia é uma provação no mundo todo. Muitas perdas de entes amados, de empregos. Não podemos subestimar isso, mas depois de um período de grandes provações emergem coisas boas. Vejo a pandemia como um portal. Depois dela seria ideal deixarmos tudo o que não está funcionando. Por exemplo, a crise de saúde mental já existia antes da pandemia e estava aumentando muito. Também a desigualdade crescente que não estamos abordando nas nossas sociedades. Temos que reconhecer que, embora a tecnologia seja incrível, só ela não vai nos salvar. Muitas empresas hoje trabalham nas inovações tecnológicas para permitir que a pessoa volte com segurança para os escritórios. Mas, se o funcionário estiver estressado e ansioso, esse nível de tecnologia não interessa, porque a empresa precisa que a pessoa seja produtiva. Por interesse próprio, as empresas precisam ajudar os funcionários a tratarem a ansiedade e o estresse se quiserem que eles sejam produtivos. Desde o início da pandemia, temos visto muitas ações positivas, tanto por parte da sociedade quanto por parte das empresas. E uma delas é a colaboração. Sem colaboração, não podemos imaginar e construir um novo mundo e um novo futuro.”

 

Recomendação às mulheres

Maravilhoso que o LIFE esteja se concentrando nas mulheres e fornecendo esse apoio na medida em que elas avançam na carreira. É importante as mulheres reconhecerem que têm essa voz interna, que é como um companheiro de quarto chato, que critica, julga e analisa. Sempre tive isso a minha vida inteira, mas aprendi a lidar com essa voz. Nós lançamos um programa de saúde mental, baseado numa pesquisa realizada em Stanford, que identifica diferentes gatilhos de estresse que homens e mulheres têm – o meu gatilho é ficar ruminando um erro, isso é exaustivo e inútil porque todos erramos, aprendemos com os erros e seguimos em frente. Os homens são muito melhores nisso. Outro tipo muito prevalente no momento por causa da pandemia é um viés negativo, imaginamos um futuro muito sombrio. Não sabemos o que nos aguarda no futuro, então por que imaginar o pior?”

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP -  17 de Agosto de 2020

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