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ENTREVISTA: Os novos desafios da área de RH

 

Desde março de 2012, Sergio Piza está à frente do RH da Klabin, onde ocupa o cargo de diretor de Gente e Gestão. O principal desafio do executivo tem sido fazer dos líderes agentes de transformação para o momento de expansão da empresa, como ele conta nesta entrevista, em que fala também dos desafios da área de RH e do novo papel das associações de profissionais como a ABRH-SP – a Klabin recentemente se associou à entidade paulista.

Com mais de 25 anos de experiência na área, Piza já passou por empresas nacionais e multinacionais no Brasil e nos Estados Unidos, como Kraft Foods, Claro e Contax. Graduado e Mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas, com especialização em Cornell e em Harvard, é formado pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) como Conselheiro de Administração.

 

Gestão de Pessoas – Quais são os principais desafios da área de RH?

Sergio Piza – Penso em dois desafios. Nos próximos dez anos, as relações de trabalho e as configurações de prestação de serviços para as empresas mudarão muito. Com toda a tecnologia e os dados disponíveis, com os novos valores que as gerações mais jovens dão para a questão do emprego, a forma de trabalho será muito diferente da que conhecemos hoje. Os tópicos atuais de RH – como engajar, como alinhar todos no mesmo caminho, com o mesmo propósito –, que já são um desafio, serão um desafio ainda maior com essas novas configurações da relação de emprego e serviço. Há algumas pistas de como tais questões poderão evoluir, mas temos de fazer um exercício de cenário para adequar as novas formas de engajamento e alinhamento que surgirão aos valores e à estratégia da empresa.

 

Gestão de Pessoas – O RH de hoje está preparado para fazer essa análise de cenário?

Sergio Piza – Não está preparado, mas é quem mais está preparado dentro da empresa. Acho que é a grande oportunidade para RH liderar a transformação no mundo do trabalho. É lindo, belo, desafiador, mas tem de se preparar para isso e bastante. Uma das formas é por meio da vida associativa, que propicia a discussão e o entendimento do que está acontecendo no mundo. Não é um tema burocrático, que pode ser estudado em uma universidade ou escola de negócios. É a construção coletiva de um novo mundo.

 

Gestão de Pessoas – E qual é o outro desafio de RH?

Sergio Piza – RH até hoje evoluiu bastante e foi competente em criar ferramentas e práticas para que os líderes fizessem seu papel no desenvolvimento das organizações, talentos e pessoas. O próximo passo não é fornecer as ferramentas, mas tornar o líder a ferramenta. O líder tem de ser o grande coach, capaz de fazer dele próprio o principal desenvolvedor das pessoas para que elas cresçam profissional e pessoalmente e entreguem mais resultado para a empresa. Não adianta o RH criar a ferramenta mais poderosa ou sofisticada do mundo, enquanto não conseguir fazer com que o líder seja o coach e o transformador.

 

Gestão de Pessoas – E quais são os desafios da área de RH da Klabin?

Sergio Piza – A Klabin vive um momento de negócios extraordinário, em que está investindo, crescendo e contratando. A empresa hoje está partindo para o patamar no qual precisa olhar para fora. Comercialmente, vai ter de alterar seu perfil dado o acréscimo de produção. O rol de competências que as pessoas da Klabin têm foi fundamental para o sucesso de hoje, mas é insuficiente para o que a empresa precisa no futuro. Nosso trabalho, portanto, tem sido fazer do líder aquele agente de transformação, que falei anteriormente, e engajar muito as pessoas. Temos o desafio de uma empresa que precisa não só das características positivas atuais, mas também acrescentar novas para crescer.

 

Gestão de Pessoas – Qual deve ser o papel das associações de profissionais como a ABRH-SP na atualidade?

Sergio Piza – Não adianta mais ler pesquisas de tendências do que está acontecendo para descobrir como fazer a mudança. O “que” fazer até conseguimos descobrir sozinho, lendo ou estudando. A questão é o “como”. E o “como” só se aprende em conjunto com quem está tentando, tentou e teve sucesso, tentou e fracassou. As associações têm esse papel de discutir o “o que”, mas realmente ajudar no “como”. 

Fonte: O Estado de São Paulo – 06 de julho de 2014

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