DIVERSIDADE: A SUA EMPRESA RESPEITA?
Lidar com pessoas muito diferentes é um desafio em qualquer ambiente. Saber respeitar o outro, com suas qualidades e diferenças, vai um pouco além da inteligência emocional: é uma atitude a ser cultivada.
Não, essa não é uma mensagem para o futuro. Beto de Jesus, consultor ad hoc da Txai Consultoria e Educação, na área de diversidade sexual, defende que a diversidade não é uma cota que precise ser preenchida, mas um caminho para construir um ambiente de trabalho saudável e produtivo. “Aquele que é diferente tem um plus interessante, mas eu no fundo acho que não serve para mim. Transformamos as diferenças em motivos para desigualdades e injustiças. Mas as pessoas trazem para o trabalho uma pluralidade de característica que desafia normas e padrões que antes eram impostos e obedecidos sem tantos questionamentos. E agora?”
Agora, até mesmo stakeholders não fazem negócio com quem não respeita a diversidade. Para ele: “temos provas de que ambientes inclusivos são mais inteligentes, não desprezam características e, com isso, não desprezam possibilidades e talentos. Favorecer a expressão da diversidade é uma forma de favorecer a participação de interações mais criativas e inovadoras, que refletem na identidade da organização. E, por isso, o RH tem total responsabilidade pelas pessoas”.
Majo Campos, diretora executiva de RH da Atento no Brasil, participante da mesma palestra no CONARH 2015, mostrou como produtividade e diversidade são valores que caminham juntos na empresa. “Quanto mais diferentes nós somos, maior a capacidade de atender todos os públicos. E, com esse pensamento, conseguimos a adesão de todo o board, porque o RH não teria força de, sozinho, sustentar essa atitude mais estratégica e mais colaborativa.”
Ela contou como, desde 1999, esse trabalho de integração foi incorporado à base de valores. “Problemas que nos envolveram meses, como a simples definição de como seriam os banheiros – quem usa o feminino quem usa o masculino– até que decidimos que cada um usa o que se sente bem. Outra definição: que nome colocar no crachá… Todos resolvidos com harmonia.”
A diretora diz que o respeito ao ser humano se reverteu na retenção de talentos. “Como você se sentiria sendo você mesmo, num ambiente onde ser diferente é muito interessante e legal?”
Fonte: Folha de Alphaville – 28/08/2015