O QUE PESA NA HORA DE FICAR OU SAIR?
O que é decisivo na hora de optar por continuar na empresa em que se trabalha? Essa pergunta faz parte da rotina dos headhunters e dos RHs, mas você sabe a SUA resposta?
Com a era do trabalho no modelo industrial em queda, diante de modelos mais flexíveis, lançar um olhar sobre as práticas que dão certo é mais do que fundamental para construir a equipe certa para o seu negócio. Para quem está na equipe, pensar com consciência sobre o assunto alinha desejos e perspectivas.
“A gente está vendo no mercado um momento bem desafiador. Tão crítico quanto escolher bem contratar, escolher bem quem demitir”, lembra Johannes Castelano, diretor de RH da Adama. “Quando se fala em atração e retenção, tem que dar senso de causa para o candidato. Sem ele, não tem engajamento”, explica o executivo.
Atualmente no setor de agronegócios, Johannes participou da startup de duas companhias aéreas, Gol e, mais recentemente, da Azul. Para ele, foi esse senso de causa que fez com que esta última crescesse em ritmo acelerado e com uma cultura forte. Entre os números gerais citados, contratar o profissional certo reverte em 85% para o negócio. No polo oposto, equipes despreparadas geram 76% de impacto negativo.
Então, qual a fórmula que sugere? “O que fizemos foi focar no funcionário. Funcionário feliz faz cliente feliz e cliente feliz faz o acionista feliz. Para isso, os executivos davam o exemplo, não só ao incorporar a cultura, mas ao praticar na frente de trabalho”, relembra. “Estou fazendo o mesmo na Adama. Levamos os diretores para conhecer nossos distribuidores. Nenhuma companhia do setor tem essa política tão próxima. Ao ir até cada um, conhecer pelo nome, o distribuidor se sente prestigiado, ouvido, respeitado. Resultado? Em menos de um ano os pedidos aumentaram de R$ 10 milhões para R$ 50 milhões e o share da prateleira de 10% foi para 15%. “Quem não quer ficar em uma empresa que trabalha com uma política orientada para pessoas? Se ajudamos o nosso fornecedor a se estruturar melhor, dentro de casa a postura é a mesma. Quando você começa a contar essa história, as pessoas querem fazer parte.”
O diretor ressalta que, quando se fala que o maior patrimônio da corporação são as pessoas, nem sempre é assim. “O maior patrimônio são as pessoas certas”, diz ele. “Com alto nível de preparação: sabe o que fazer, como fazer e quer fazer. Ou seja, tem conhecimento, habilidade e atitude. Esse é o funcionário para atrair e reter. Mesmo em tempos difíceis, é preciso manter esse perfil na empresa. Para que, assim que o mercado começar a reagir, a força esteja preparada para acompanhar com rapidez o movimento e aproveitar esse tempo frente à concorrência. Uma das formas de estar preparado é não deixar o talento ir embora.”
Fonte: O Estado de São Paulo – 8 de abril de 2016