QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: quando ela chega até você?
Quem responde é Gustavo Casarotto, da Metadados. CEO, com perfil focado na Inovação, ele olha lá para fora com a visão de quem prepara o futuro – agora. Você acompanharia?
Para quem não conhece bem o termo, a Quarta Revolução Industrial é uma economia com forte presença de tecnologias digitais, mobilidade e conectividade de pessoas. Foi tema do famoso encontro de Davos, deste ano. E por que importa para a sua carreira? Porque substitui totalmente a lógica atual de produção. “A nossa referência é a linha de produção linear. Se eu quero fazer um produto novo, contrato pessoal para isso e coloco dentro da minha fábrica – talentos e máquinas. Com essa nova estrutura, não precisa trazer para dentro, treinar e desenvolver até alcançar o resultado. A empresa tem a ideia e busca colaboradores fora que já são especializados em desenvolver aquele segmento. Ganha tempo e agrega inteligência”, explica Gustavo. “Se você precisa de um software que agregue ao seu negócio, não precisa aprender a desenvolver o software, mas vai buscar no mercado quem faz e faz bem. O segredo do produto, que o brasileiro adora guardar para si, passa a ser aberto. É o caso da Netflix que abriu para que colaboradores encontrassem a ´fórmula´ mais interessante para sua rede de servidores.”
E como afeta os profissionais? “Quem já está no mercado, vai ter que mudar a maneira de pensar para achar soluções com essa nova lógica. Conviver com a inovação.” Já quem está na escola e faculdade, segundo ele, já vai chegar mais preparado. “Tecnologias, como a impressora 3-D, que já começam a aparecer nesses ambientes de educação, serão mais corriqueiras no novo modelo. Elas possibilitam a fabricação em escala menor, com qualidade.”
Por isso, um dos primeiros setores que deve se desenvolver mais rapidamente é o de brinquedos. Pois, a flexibilidade e a criatividade são grandes. Brindes e até calçados estão na lista dos que devem despontar antes. Já a construção civil, que, em alguns países mais desenvolvidos, já vive sob as novas regras, aqui vai demorar. “Enquanto, na China, já fizeram uma casa com impressora 3-D em 24 horas, aqui temos outros fatores. Em países com inverno rigoroso, os prazos de construção são curtos. Por isso, a tecnologia cai bem. Mas os custos são altos. Aqui, temos mão de obra barata e um clima que amplia a temporada de atividades. Não há ainda por que migrar para essa solução.”
Quer se preparar melhor? A resposta pode estar nesta mesma página.
Fonte: Folha de Alphaville – 24 de março de 2016