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EDITORIAL: A hora certa para escolher um presidente líder

 

Desde junho do ano passado, quando enormes manifestações populares abalaram o país, deixando evidentes a falência do Estado em proporcionar o básico à população, principalmente nas áreas de transporte, saúde e educação, e o cansaço com escândalos, corrupções e desvios que assolam a gestão pública, ficou claro: o Brasil anseia por mudanças.

Às vésperas da eleição para presidente, gostaria de contribuir para o debate sobre quem é o melhor candidato ou candidata para conduzir tais mudanças, trazendo um tema tão caro para os profissionais de RH: a liderança. Acredito ser este um tema crucial e determinante para a escolha do melhor candidato, uma vez que o cargo de presidente é, por excelência, um cargo de liderança.

Vivemos um cenário incerto e complexo, afetados significativamente pelo que acontece nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Acredito que uma característica importante de um líder é a capacidade de “conduzir o barco em segurança em meio à tempestade”. Qual dos candidatos terá a habilidade de aglutinar interesses divergentes, definir o rumo, focar em objetivos relevantes, gerenciar produtivamente conflitos e escolher a melhor equipe?

Em um mundo competitivo como o que vivemos, creio ser fundamental também a capacidade de extrair o melhor de “cada marinheiro”, fazendo com que cada um e o conjunto superem o desempenho comum. Precisamos criar um país de excelência capaz de competir não apenas com nossos vizinhos da América do Sul, mas principalmente com as principais potências econômicas mundiais. Nenhum país relevante relega a segundo plano sua interação política e econômica com seus principais clientes globais. Por isso, gostaria de um presidente com interlocução global, sem preferências anacrônicas.

No plano interno, todos nós, profissionais de RH, sabemos que temos de cuidar de nosso pessoal para que todos possam produzir com excelência, conciliando necessidades pessoais com os interesses da empresa. Assim também deveria ser com nosso país: precisamos de um líder que cuide com carinho e atenção do brasileiro. É fundamental que todos tenham transporte, educação e saúde de qualidade. Para ficar em apenas um dos temas, a mobilidade urbana é hoje uma questão crítica das grandes cidades que afeta sobremaneira a produtividade dos profissionais e das empresas.

Também vivemos um envelhecimento da população com todos os ônus deste efeito. Mantido o ritmo atual, em alguns anos nossa previdência, que já é deficitária, se tornará economicamente insustentável. Precisamos de um líder que tome decisões difíceis e, mesmo assim, seja capaz de conquistar o apoio da população e dos diversos interlocutores para mudar o que é preciso mudar.

Acima de tudo, precisamos de um líder que seja um exemplo de ética para inspirar a Nação para o melhor. Todos que trabalham com competências sabem que comportamento é repetitivo, a não ser no caso de uma situação crítica que leve à mudança. Ou seja, as pessoas em geral desenvolvem um modelo mental que tende a se repetir ao longo da vida. Por exemplo, lideres centralizadores tenderão a manter tal padrão, pois, consciente ou inconscientemente, acreditam que foi esta forma de agir que os trouxe até onde estão.

Creio que olhar para o passado recente dos candidatos pode nos ajudar a escolher onde colocar o voto. Identificar dentre eles o líder mais competente é meu critério de seleção. Qual é o seu?

Almiro dos Reis Neto é presidente da ABRH-SP

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Fonte: O Estado de São Paulo – 14 de setembro 2014

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